Austrália, Canadá e Reino Unido reconhecem Estado da Palestina em ação conjunta antes da ONU
Líderes citaram crise humanitária em Gaza e expansão de assentamentos israelenses ao formalizar reconhecimento, em movimento coordenado às vésperas da Assembleia Geral da ONU

Em um movimento coordenado, os primeiros-ministros do Reino Unido, do Canadá e da Austrália – Keir Starmer, Mark Carney e Anthony Albanese, respectivamente – anunciaram neste domingo (21) o reconhecimento formal do Estado da Palestina.
Os líderes das três nações, historicamente alinhadas aos Estados Unidos, manifestaram suas posições através de redes sociais, criticando veementemente as ações militares de Israel em Gaza, responsáveis por dezenas de milhares de mortes, majoritariamente de civis inocentes.
Em suas declarações, os governos também atribuíram responsabilidade ao Hamas pelos ataques de outubro de 2023, que resultaram em centenas de mortes e sequestros em território israelense. Todos foram enfáticos em afirmar que o grupo não deve ter qualquer participação no futuro Estado Palestino.
Os anúncios ocorrem às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, e na véspera de uma conferência internacional de alto nível sobre a questão palestina, convocada pela França e pela Arábia Saudita.

Austrália
Anthony Albanese descreveu o reconhecimento como parte de “um esforço internacional coordenado” para revitalizar a solução de dois estados, com base em um cessar-fogo imediato e na libertação dos reféns. Ele enfatizou o papel crucial da Liga Árabe e dos Estados Unidos nesse processo.
Canadá
O primeiro-ministro Mark Carney reafirmou o apoio histórico de seu país à solução de dois Estados desde 1947, mas lamentou que ações recentes tenham comprometido essa perspectiva. Ele citou tanto as ameaças do Hamas contra Israel quanto o que classificou como “contribuição do governo israelense para o desastre humanitário em Gaza”, incluindo a restrição ao acesso a alimentos e itens essenciais – situação que, segundo autoridades de saúde locais, já causou mais de 65 mil mortes.
Carney ainda criticou a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerada ilegal perante o direito internacional, e declarou: “É nesse contexto que o Canadá reconhece o Estado da Palestina e se oferece como parceiro na construção de um futuro pacífico”.
Reino Unido
Em mensagem gravada divulgada no domingo, Keir Starmer afirmou: “declaro, como primeiro-ministro, que o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”. Ele defendeu que israelenses e palestinos merecem viver em segurança e reconstruir suas vidas longe do medo, condenando ao mesmo tempo o Hamas como “organização terrorista brutal” e exigindo a libertação imediata de todos os reféns. Starmer também responsabilizou Israel pela crise humanitária em Gaza e pelo alto número de baixas civis.
Este anúncio conjunto segue decisões similares tomadas anteriormente por Espanha, Noruega e Irlanda em maio de 2024. O Brasil havia reconhecido o Estado Palestino ainda em 2010, com base nas fronteiras de 1967 e com capital em Jerusalém Oriental.
(com informações da Agência Brasil)