Movimentos sociais, partidos e o Grito dos Excluídos organizam atos em todo o Brasil no Dia da Independência, com pautas por soberania, direitos trabalhistas e justiça fiscal


Brasileiros vão às ruas em 7 de setembro por democracia, soberania e justiça fiscal
Grito dos Excluídos chega à 31ª edição com atos em todo o país por democracia, soberania e justiça fiscal. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Movimentos sociais, partidos políticos e o Grito dos Excluídos organizam para o próximo dia 7 de setembro manifestações em todo o Brasil em defesa da democracia, da soberania e da justiça fiscal. A mobilização é construída por frentes populares e movimentos sociais que buscam transformar a data em um dia de luta por direitos.

Neste ano, as manifestações estarão vinculadas ao Plebiscito Popular, iniciativa que propõe ampliar direitos trabalhistas com o fim da escala 6×1 e promover justiça fiscal por meio da isenção do imposto de renda para os mais pobres e da taxação dos super-ricos.

Segundo Rosilene Wansetto, responsável pelo Jubileu Sul, o Grito acontece há 31 anos e desde o seu princípio busca ressignificar a semana da pátria, tradicionalmente associada ao desfile militar. 

Mobilização do 7 de setembro une movimentos sociais e partidos em defesa da democracia, soberania e justiça fiscal em todo o país


“Nossa perspectiva é que seja o dia em que as pessoas possam se manifestar no sentido da participação democrática da sociedade, um momento de participação popular tomando também os símbolos que são nossos, a bandeira, o hino. Esse é o momento também de pautar os problemas estruturais do Brasil, a necessidade de políticas públicas”, afirma.

Respostas aos ataques externos

Neste ano, com os ataques do governo Trump ao Brasil e o tarifaço, o debate sobre soberania ganha ainda mais centralidade. E o Grito vai realizar atos em todos os estados brasileiros, não somente nas capitais, mas também em várias cidades do interior. 

“O exercício da democracia não acontece só em processos eleitorais, faz parte do nosso dia a dia. A rua é o lugar de defender a nossa democracia, de fazer com que a nossa voz seja ouvida. Então, desde sempre, a gente reforça que ocupar ruas e praças é o lugar de fazer política e exercer nossa cidadania.”

Para o Secretário de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da Executiva Nacional da CUT, Milton Rezende, o momento que o país vive exige uma resposta da sociedade democrática. 

“Nossa ideia é transformar o sete de setembro em um grande dia da defesa da soberania do nosso país, da defesa da democracia. E agregar nesse movimento pautas que são muito importantes para os movimentos sociais. Estamos aí na campanha pela redução da jornada, pelo fim da jornada seis por um, estamos também na rua com o plebiscito pela taxação das grandes fortunas e isenção para quem ganha até sete mil reais, mas nós estamos também colocando o tema do emprego, do meio ambiente.”

Pautas sociais e trabalhistas

Maria Fernanda Marcelino, da Executiva Nacional da Marcha Mundial de Mulheres, afirma que este 7 de setembro tem o sentido de defender a autodeterminação do Brasil e dos povos da América Latina, porque os ataques se estendem a outros países. 

Brasileiros vão às ruas em 7 de setembro por democracia, soberania e justiça fiscal
Maria Fernanda Marcelino: “Estaremos na rua para dizer que não aceitamos ingerência estrangeira e desigualdade fiscal”. Foto: Sergio Silva/FPA

“Trata-se de ameaça permanente, se você não estiver a serviço de um poderio econômico, militar, pode ser penalizado. Estaremos na rua para dizer ao Trump ou qualquer outro presidente estadunidense que ele não manda aqui, que definimos nós quem vai para a cadeia, que a gente não aceita a ingerência de outro governo.”

Ela destaca que a desigualdade na cobrança de impostos e as leis trabalhistas que impõem jornadas de trabalho absurdas prejudicam especialmente as mulheres, que são as pessoas que estão nos serviços, estão nos cuidados, estão nos trabalhos mais precarizados.

 “Esse é um assunto também que envolve direito, desigualdade, soberania sobre o nosso próprio tempo. Combater a pobreza por meio de uma taxação justa, isentar quem ganha até cinco mil reais do imposto de renda e cobrar um pouco mais das pessoas mais ricas, estaremos nas ruas também por isso.”