Em artigo, Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), defende o 7 de Setembro como dia de luta por soberania, justiça social e participação popular

7 de Setembro: soberania será nosso grito!, por Raimundo Bonfim, da CMP
Foto: Tânia Rego/Arquivo Agência Brasil

O 7 de Setembro deste ano deve ser mais do que uma data oficial no calendário, de comemorações pela independência. Deve ser um dia de luta e mobilização em defesa de uma verdadeira independência, pela soberania, direitos e justiça tributária e social.

Enquanto setores conservadores e de direita tentam sequestrar essa data com mentiras, discursos autoritários e ataques ao presidente Lula, defendendo o tarifaço dos EUA, nós, dos movimentos populares, iremos às ruas para resgatar o verdadeiro sentido desse dia: o grito será pela nossa soberania popular e pelos direitos do povo.

Estamos diante de uma conjuntura complexa e perigosa, com o avanço do fascismo no mundo e no Brasil. A extrema-direita tenta se fortalecer sob a liderança de Trump, que apoia no Brasil a família Bolsonaro e o fascismo, com o objetivo de eleger em 2026 um presidente alinhado aos interesses do capitalismo, especialmente aos interesses dos EUA. O Brasil e seu povo estão sendo traídos e sabotados por aqueles que, até recentemente, se diziam patriotas.

Nós não vamos nos calar. Vamos defender a soberania nacional e o Brasil. Nosso país não é quintal dos EUA. O Brasil ainda carrega marcas profundas das políticas de destruição do Estado durante os governos Temer e Bolsonaro, da venda do patrimônio público e da entrega de empresas estratégicas como a Eletrobras. A direita mundial e brasileira tenta, a qualquer custo, subordinar o nosso país aos interesses do capital. Querem transformar o Brasil numa colônia do capital especulativo, onde poucos ganham e milhões perdem.

Por isso, para os movimentos populares, o 7 de Setembro não será uma celebração vazia. Será um dia de combate e luta da classe trabalhadora, de mobilização por todo o país. As frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo, Fórum das Centrais Sindicais e Articulação Nacional do Grito dos Excluídos/as estão convocando um dia nacional de mobilização no 7 de Setembro, com o mote: “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”. Estaremos nas ruas em diversas cidades, de norte a sul do país, com atos, caminhadas, panfletagens e manifestações públicas.

Nosso país nunca foi tão atacado. E tudo para defender a família Bolsonaro e se apropriar de nossas riquezas. O momento exige a participação de todos e todas. Em São Paulo, teremos o principal ato, com mobilização marcada para às 9h da manhã, na Praça da República. Nossa luta tem lado: o lado do povo. Reivindicamos um novo modelo de país, com reforma tributária justa, taxação dos super-ricos, fim dos privilégios, valorização dos salários, redução da jornada de trabalho com o fim da escala 6×1 e justiça climática.

Defendemos um Estado que garanta saúde, educação, transporte, saneamento básico, moradia, água potável, energia, preservação ambiental, terra, trabalho e alimentação saudável. Seguiremos exigindo prisão para os golpistas que atentaram contra a democracia no 8 de janeiro de 2023. Não pode haver anistia para quem tentou um golpe. Ditadura nunca mais! É com governos democráticos e com o povo organizado que construiremos cidades mais justas, soberania alimentar, transição energética popular e uma nova economia baseada na solidariedade e na valorização da vida, não do lucro.

Nosso projeto é o da vida, da partilha e da construção de uma democracia com participação popular. Neste 7 de Setembro, vamos tomar as ruas com nossas bandeiras, nossas vozes e com a certeza de que o Brasil precisa ser governado para quem vive e trabalha nele. A soberania pertence ao povo brasileiro — e é por isso que sairemos às ruas neste 7 de Setembro por um Brasil justo, democrático e soberano e dizer que quem manda no Brasil é o povo brasileiro.

Raimundo Bonfim é coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP)