A Semana no mundo: Uganda vai receber deportados dos EUA; Botswana decalara emergência por falta de remédios e EUA impõem tarifa de 50% à Índia
Botswana declarou emergência de saúde pública por falta de medicamentos, afetado por cortes na ajuda dos EUA e crise do diamante, com a UNICEF pedindo ajuda para crianças. Uganda e EUA fecharam um acordo para deportação de migrantes. Já Donald Trump impôs tarifas de 50% à Índia por comprar petróleo russo, gerando tensões e o risco de maior alinhamento indiano com Rússia e China.
Governo de Botswana declara emergência por falta de remédios

O presidente de Botsawana, na África, Duma Boko anunciou nesta segunda-feira, 25/08, em pronunciamento televisionado, a declaração de emergência de saúde pública no país, face à grave escassez de medicamentos essenciais e equipamentos médicos. Como medida emergencial, o governo apresentou um plano para fortalecer a cadeia de suprimentos, com a supervisão direta das forças armadas.
Segundo o presidente, a gestão das carências será “altamente sensível ao preço, devido ao nosso orçamento imitado”. A crise ocorre em um momento de forte impacto na economia de Botswana, que conta com uma população de 2,5 milhões de habitantes e sofre os efeitos de uma desaceleração no mercado internacional de diamantes, setor no qual o país é um dos maiores produtores mundiais.
Esse contexto econômico delicado foi agravado pelos cortes na ajuda dos Estados Unidos, o que resultou em altas taxas de desemprego e pobreza. Os EUA financiavam cerca de um terço das ações de Botswana no combate ao HIV, conforme informações da UNAIDS.
Em resposta à crise, a Unicef, agência da ONU para a infância, solicitou “ação urgente” no país, destacando a necessidade de proteger a saúde e o futuro de todas as crianças em Botswana. A organização também ressaltou que “a luta contra a desnutrição é diária”, reforçando que “o apelo do presidente reflete a realidade que testemunhamos no território”.
(Com informações da BBC)
Uganda fecha acordo com EUA para receber deportados do país

Uganda chegou a um acordo com os Estados Unidos para receber deportados de países do chamado terceiro mundo que podem não obter asilo, mas estão “relutantes” em retornar aos seus países de origem, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Uganda.
O The Guardian informou que o país não aceitará pessoas com antecedentes criminais ou menores desacompanhados sob este acordo temporário, declarou o secretário permanente do Ministério das Relações Exteriores ugandense em comunicado. Ele não informou se o país receberá algum pagamento ou outros benefícios, nem quantos deportados aceitará.
Em julho, cinco migrantes do Vietnã, Jamaica, Laos, Iêmen e Cuba – que Washington afirmou terem sido condenados por crimes graves – foram levados para Essuatíni, na África Austral, onde agora estão em uma prisão de alta segurança. As deportações estão sendo contestadas por um grupo de ONGs sul-africanas e de Suázilândia, com uma audiência no tribunal superior marcada para sexta-feira. O governo de Uganda, na África Oriental, é o mais recente a fechar um acordo com os EUA, que busca expulsar milhões de migrantes indocumentados, solicitantes de asilo e estrangeiros condenados por crimes ou com infrações legais menores em seus registros.
Trump anuncia tarifas de 50% para a Índia

Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre a maior parte das importações norte-americanas originárias da Índia, cumprindo assim sua ameaça de punir uma das maiores economias do mundo pela compra de petróleo russo a preços reduzidos.
As tarifas podem causar danos significativos à economia indiana, afetando ainda mais as cadeias globais de suprimentos.
Esta medida coloca os exportadores indianos diante de algumas das mais elevadas alíquotas impostas por Trump a produtos estrangeiros. O Brasil também enfrenta tarifas de 50% sobre suas exportações para os Estados Unidos.
Ministros na Índia argumentam que o país foi alvo injusto devido à sua relação comercial com a Rússia, e autoridades alertam que a provável consequência será uma cooperação mais estreita com Moscou e Pequim — afastando o país ainda mais de Washington.
O The Guardian informou que o ministro das Relações Exteriores classificou como “injustificada e irracional” a exigência de Washington de que Nova Délhi interrompa as compras de petróleo russo, acusando o Ocidente de hipocrisia ao destacar que a Europa comercializa muito mais com a Rússia.