Queda no preço da cesta básica em 15 capitais reflete políticas públicas de abastecimento
Parceria entre Conab e Dieese amplia monitoramento para todas as capitais e fortalece instrumentos de segurança alimentar

O custo da cesta básica de alimentos caiu em 15 capitais brasileiras no mês de julho, segundo análise divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A redução foi puxada pelos menores preços do arroz, da carne bovina, do açúcar e do feijão.
Em outras 12 capitais houve aumento, com São Paulo registrando o maior custo da cesta (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Já os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Monitoramento em todas as capitais
Um marco da pesquisa foi a ampliação para as 27 capitais brasileiras, garantindo diagnóstico completo do custo da alimentação. Estados do Norte e do Nordeste, até então sem acompanhamento regular, passam a contar com dados sistemáticos para formulação de políticas públicas.
“Estamos fazendo uma reparação histórica. Dez estados que não tinham levantamento agora têm, o que dá possibilidade para o Governo Federal se antecipar na formação de políticas públicas”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Instrumento para políticas públicas
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o monitoramento mais amplo permite análises mais precisas. “O índice passa a ser mais abrangente. Isso vai dar uma análise mais fina para as políticas públicas de como estão se comportando os alimentos no Brasil”, disse.
A diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino, destacou que os dados calculam também o número de horas de trabalho necessárias para garantir a cesta e o salário mínimo nacional necessário. “São indicadores que apoiam tanto as lutas da classe trabalhadora quanto as políticas públicas”, afirmou.
Direito humano à alimentação
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) reforçou a importância da pesquisa como instrumento de promoção do direito humano à alimentação adequada.
“A cesta básica é uma ferramenta fundamental para garantir esse direito, que envolve disponibilidade, adequação, acesso e sustentabilidade”, afirmou Valéria Burity, secretária Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome.
Com investimento inicial de R$ 2,5 milhões, a parceria Conab-Dieese fortalece o planejamento e amplia os instrumentos de segurança alimentar do país, resultado direto da prioridade política do governo federal.
Com informações da Secom-PR