Maior entidade empresarial dos EUA diz que sobretaxa proposta por Trump afeta famílias, indústria e comércio bilateral

Com informações da Reuters e da Câmara de Comércio dos EUA

Trump isola os EUA: Câmara de Comércio critica tarifa contra o Brasil
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Nem mesmo o setor privado norte-americano apoiou a decisão de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. Em nota conjunta divulgada no dia 15 de julho, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e a AmCham Brasil advertiram que a medida representa um risco direto à competitividade da indústria americana e aos consumidores do país.

A US Chamber of Commerce, maior organização empresarial do mundo, destacou que mais de 6.500 pequenas empresas nos EUA dependem de produtos brasileiros, e que cerca de 3.900 companhias americanas têm investimentos no Brasil. Para a entidade, a tarifa prejudicaria cadeias de suprimento e elevaria custos para as famílias. “Impactaria produtos essenciais, aumentando os custos e reduzindo a competitividade de setores-chave”, afirma o texto.

A nota defende que os dois países evitem a escalada do conflito e busquem uma solução negociada. “Uma relação comercial estável e produtiva é essencial. Estamos prontos para apoiar os esforços que conduzam a uma solução pragmática e construtiva”, diz o comunicado.

Em 2023, os EUA exportaram quase US$ 60 bilhões em bens e serviços para o Brasil, um de seus dez principais mercados. O alerta do setor privado expôs o isolamento político de Trump, que se valeu da medida para chantagear o Brasil e interferir nas decisões do STF.

Para o governo Lula, a reação institucional foi imediata com a ativação da Lei da Reciprocidade, enquanto o setor empresarial brasileiro também iniciou articulações para defender os interesses nacionais. Ao que tudo indica, nem os aliados comerciais de Washington estão dispostos a seguir a trilha do confronto.