Cinco motivos para você se importar com justiça tributária no Brasil
Reforma propõe isenção para quem ganha até R$ 5 mil, mais impostos para super-ricos e menos desigualdade na cobrança de tributos

Desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia de justiça tributária deixou de ser um tema técnico restrito ao Ministério da Fazenda e passou a fazer parte do cotidiano do governo como objetivo a ser cumprido. O brasileiro que paga imposto no contracheque ou no supermercado passou a ouvir mais sobre o assunto e agora tem mais motivos para se manter informado: o governo federal quer corrigir uma injustiça histórica.
O que está em jogo na reforma tributária
A reforma tributária, aprovada em 2023 e atualmente em fase de regulamentação, é considerada a mais abrangente das últimas décadas. Seu objetivo é simplificar o sistema, unificar impostos sobre o consumo, corrigir distorções que penalizam os mais pobres e tornar a cobrança mais eficiente. Ao mesmo tempo, ela propõe mudanças na tributação da renda e do patrimônio, elementos centrais da chamada justiça tributária.
Desde o início do mandato, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem liderado o esforço para aprovar medidas que enfrentam resistências de setores privilegiados e do Congresso Nacional. O governo Lula busca equilibrar justiça social com responsabilidade fiscal, propondo uma nova lógica de arrecadação que distribua melhor os impostos, sem aumentar a carga total, e que ajude a financiar políticas públicas essenciais.
A seguir, veja cinco razões pelas quais o tema importa diretamente para a sua vida:
1. Quem ganha menos pode parar de pagar imposto de renda
A proposta eleva a faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil por mês, o que beneficia trabalhadores de baixa e média renda. Para compensar, lucros e rendimentos de capital passam a ser mais tributados.
É uma correção esperada há anos, que alivia o contracheque de quem ganha pouco e dá mais equilíbrio à carga tributária.
2. Os super-ricos começam a pagar o que nunca pagaram
Hoje, quem vive de lucros e dividendos paga menos imposto do que quem vive de salário.
O governo já aprovou a taxação de fundos exclusivos e offshores e estuda novas formas de contribuição para grandes fortunas.
A meta é clara: corrigir distorções históricas sem pesar ainda mais sobre a classe média.
3. O sistema vai ficar mais simples e menos injusto
A reforma tributária aprovada em 2023 criou o modelo do IVA dual, que unifica impostos como ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins.
A cobrança será automática, o que reduz burocracia, combate fraudes e facilita a vida de empresas e consumidores.
4. Ninguém vai pagar mais do que pode
A ideia de justiça tributária vem acompanhada da neutralidade fiscal, ou seja, a carga total de impostos não será aumentada.
O que muda é a distribuição do peso: quem paga muito, segue pagando, mas de forma equilibrada. Quem quase não paga, mas pode contribuir, passará a fazê-lo gradualmente, respeitando as diferenças regionais e sociais.
5. Mais justiça no bolso e nos serviços públicos
O foco das mudanças não é só arrecadar: é financiar políticas públicas com mais equidade. Saúde, educação, segurança alimentar e combate à fome estão entre os destinos centrais dos recursos que virão de uma nova lógica tributária. No fim das contas, o cidadão ganha quando o Estado arrecada de forma mais justa e devolve em serviços de qualidade.