Presidente falou sobre o desafio de reconstruir o país, a força da extrema direita e os próximos passos até 2026

Lula no Mano a Mano: 10 frases que marcaram a entrevista com Mano Brown
Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

Mano Brown e Lula pareciam velhos amigos numa conversa informal de botequim, tamanha a descontração com que gravaram o episódio do podcast Mano a Mano, publicado no Spotify no dia 19 de julho. A intimidade dos dois, no entanto, é fruto de respeito e afinidade política. O último encontro havia ocorrido quatro anos antes, também para o programa. O episódio pode ser ouvido neste link.

Lula é o primeiro entrevistado a retornar ao Mano a Mano e mostrou que a escolha fez mais do que sentido. Falou de tudo: do avanço da extrema direita às eleições de 2026, passando pela comunicação do governo, segurança pública, regulação das redes e reconstrução do Estado. “Podem procurar o candidato que quiserem… Se eu for candidato, é para ganhar as eleições. Que a extrema‑direita está procurando adversário… qualquer um terá que fazer mais do que eu”, disse.

A seguir, os 10 momentos mais marcantes da entrevista de Lula a Mano Brown:

1. Um país em ruínas
“De vez em quando eu olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que nós encontramos. Não tinha mais Ministério do Trabalho, nem Ministério da Igualdade Racial, nem Direitos Humanos, nem Cultura. Foi uma destruição proposital. Era uma coisa organizada, para tentar desmontar o país, para desestruturar o Estado brasileiro. […] A gente tinha milhões de trabalhadores desempregados, a economia estava completamente parada, não tinha política social, não tinha programa de emprego. Era uma destruição mesmo.”

2. A realidade do Congresso e os limites do Executivo
“Para governar esse país, você precisa compor. Eu elegi 70 deputados do meu partido, numa Câmara com 513. […] Não adianta reclamar que o Congresso não aprovou uma lei se você não tem maioria lá. Você tem que negociar, fazer alianças, dialogar. […] Quem acha que o presidente governa sozinho está muito enganado. Eu aprendi que governar é pactuar.”

3. Regulação das redes sociais
“A regulamentação das redes sociais se dará pelo Supremo Tribunal Federal, porque o Congresso é mais vulnerável à pressão das empresas do setor. […] Essas plataformas não podem ser usadas para desinformação, incitação ao ódio ou para provocar a morte das pessoas. É um campo que ainda está muito aberto e a gente tem que regular, senão ficamos vulneráveis a manipulações e a crimes que acontecem impunemente.”

4. Custo de vida e falha na comunicação
“O dinheiro voltou a circular, o desemprego caiu, a economia cresceu. Mas o custo de vida subiu e não comunicamos bem para a população como estamos lidando com isso. […] O PIB da indústria cresceu, o emprego cresceu, mas isso não está chegando à população. Por isso que eu troquei a nossa comunicação… Agora a gente tem que baixar o preço do ovo, do café, para que os resultados do governo cheguem à mesa da população.”

5. “Se eu for candidato, é para ganhar”
“Eu não vou ser candidato só para participar. Eu vou ser candidato para ganhar. Se eu estiver com saúde, disposição e energia, vou à luta para reconquistar a confiança do povo brasileiro. […] Podem procurar o candidato que quiserem… Se eu for candidato, é para ganhar as eleições. Que a extrema‑direita está procurando adversário… qualquer um terá que fazer mais do que eu.”

6. Preocupação com inteligência artificial
“Estou muito preocupado com o uso da inteligência artificial nas próximas eleições e a prioridade de toda a sociedade deve ser combater as distorções que podem ser causadas com o uso indevido da IA.”

7. Combate à extrema-direita
“Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema-direita não volta a governar esse país, pode ter certeza disso.”

8. Câmeras nas fardas e segurança pública
“Muitas vezes, a polícia chega atirando. Por isso exigimos o uso de câmeras nos uniformes. Isso torna o comportamento policial mais comedido.”

9. Transição energética com realismo
“Eu disse que sou favorável à ideia de um dia não haver combustíveis fósseis. Mas, francamente, sou muito realista. O mundo não está preparado para viver sem petróleo.”

10. Compromisso com a entrega
“Quando sai uma denúncia de corrupção no meio do meu governo, é normal que no primeiro momento as pessoas pensem que foi no governo Lula, porque fomos nós que descobrimos… Eu disse que esse ano era o ano da colheita, que a gente vai entregar. Eu estou convencido que nós vamos entregar mais coisas do que o povo jamais imaginou.”