Conflitos e crises marcam a semana, com risco de escalada no Oriente Médio, repressão a grupos extremistas em Portugal e bombardeios intensos na Ucrânia

Ação dos EUA contra Irã pode alimentar  “conflito mais amplo” no Oriente Médio, adverte Kallas

Kaja Kallas, Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da UE, advertiu sobre os riscos de escalada no Oriente Médio

Um eventual envolvimento militar dos Estados Unidos nos ataques entre Israel e Irã “definitivamente arrastaria” a região para um conflito mais amplo e perigoso, alertou a Alta Representante Kaja Kallas.

O aviso ocorre após Donald Trump sugerir publicamente que seu país, principal aliado de Israel, poderia adotar medidas diretas para conter as hostilidades.

“Não estamos nisso. Podemos entrar. Mas, por ora, não estamos envolvidos”, disse Trump à ABC News no domingo. Mais tarde, afirmou que os EUA agiriam “sem luvas” se o Irã “tocasse em nossas tropas”.

Na terça-feira, Kallas deixou claro que a União Europeia não endossaria uma intervenção armada norte-americana.

Coordenação para evacuação

Após videoconferência com chanceleres, Kallas reforçou apelos por moderação e desescalada imediata, sem propor novas medidas que ampliassem o papel do bloco no conflito. 

A medida mais concreta foi a ativação do Mecanismo de Proteção Civil da UE, usado para coordenar ajuda em desastres naturais, como incêndios e enchentes, e crises humanitárias, como guerras.

Presidende da Comissão Europeia pede paz

Ursula Van der Leyen está no Canadá para o G7, fez uma postagem no X, onde reafirmou “nosso compromisso com a paz, a estabilidade e as iniciativas diplomáticas voltadas para a redução de tensões”. 

Autoridades portuguesas prendem seis ligados a grupo de extrema-direita e com explosivos e armas

A semana no mundo: tensão no Oriente Médio, prisões na extrema direita em Portugal e ataque russo a Kiev
Foto: Wikimedia Commons

As autoridades portuguesas prenderam seis pessoas ligadas a um grupo de extrema-direita em posse de material explosivo e diversas armas de fogo.

A investigação teve início com a identificação online de sinais de extremismo por indivíduos que defendiam ideologias nacionalistas e de extrema-direita radical e violenta. Esses indivíduos, adeptos de um pensamento antissistema e conspiratório, promoviam discriminação, ódio e violência contra imigrantes e refugiados.

Segundo um comunicado policial, foram apreendidos vários explosivos, armas — algumas fabricadas com impressoras 3D —, munições e facas durante a operação.

De acordo com a polícia, os detidos são suspeitos de pertencer ao chamado Movimento Armilar Lusitano (MAL), que pretendia se consolidar como um movimento político apoiado por uma milícia armada.

Eles são investigados por crimes como associação a grupo terrorista, discriminação e incitação ao ódio e à violência, além de posse de armas proibidas.

Entre os seis detidos está um membro da Polícia de Segurança Pública (PSP), a força policial civil nacional, e indivíduos ligados a empresas de segurança privada.

(informações do EuroNews e RTP)

Rússia ataca Keiv durante a madrugada

Rússia lança ataque intenso com mísseis e drones a Kiev em uma das noites mais violentas desde 2022

A Rússia desferiu um prolongado ataque com mísseis e drones contra Kiev nas primeiras horas desta terça-feira, 17, matando pelo menos 10 pessoas e ferindo mais de 100, no que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, classificou como “um dos ataques mais horríveis” à capital desde o início da guerra em larga escala, em 2022.

Autoridades informaram que o número de vítimas – um dos maiores em ataques russos a Kiev este ano – pode aumentar, enquanto as equipes de resgate continuam trabalhando.

Em um prédio residencial de nove andares, construído na era soviética, no oeste de Kiev, um aparente impacto direto de míssil causou o desabamento parcial da estrutura, deixando uma cratera exposta e escombros no centro do edifício.

“Trinta apartamentos foram destruídos”, disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, ao visitar o local. “Pode haver pessoas sob os escombros, e não podemos descartar que o número de mortos aumente”, declarou. Não se sabe quantas pessoas estavam no prédio no momento do ataque.

Em discurso no G7, Zelenskyy diz ter monitorado ataque durante voo e esperava pressionar Trump por sanções

Falando durante a cúpula do G7 no Canadá, o presidente ucraniano afirmou que foi mantido informado sobre a dimensão do ataque enquanto voava para o encontro, onde esperava se reunir com Donald Trump. Seu objetivo era fazer um apelo direto ao presidente norte-americano sobre a necessidade de impor sanções contra a Rússia – medidas há muito adiadas pelos EUA.

(do The Guardian)