Atividade econômica cresce 1,3% no 1º trimestre e consolida retomada
Nova alta do IBC-Br confirma tendência positiva da economia brasileira; real se valoriza e plano de economia circular é aprovado

A atividade econômica brasileira registrou crescimento de 1,3% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central (BC). O resultado confirma o bom momento da economia e reforça a tendência de retomada do desenvolvimento nacional.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), ajustado sazonalmente, subiu 1,3% de janeiro a março na comparação com o último trimestre de 2024. Em relação ao mesmo período do ano passado, o avanço foi de 3,7%, sem ajuste. Considerando apenas o mês de março, o índice teve alta de 0,8% sobre fevereiro e de 3,5% frente a março de 2024.
No acumulado de 2025, o IBC-Br registra crescimento de 3,7%. Nos últimos 12 meses, o avanço é de 4,2%.
O que é o IBC-Br
O IBC-Br é uma ferramenta do Banco Central para avaliar a evolução da atividade econômica no curto prazo. Ele serve de referência para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,75% ao ano.
O índice considera dados dos principais setores produtivos – indústria, comércio, serviços e agropecuária –, além da arrecadação de impostos. Embora seja usado como um termômetro da economia, o IBC-Br não substitui o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo IBGE com metodologia distinta.
Juros, inflação e crescimento
A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Juros mais altos desestimulam o consumo e ajudam a conter a alta dos preços, mas podem desacelerar a economia. Já uma taxa menor tende a baratear o crédito, estimulando produção e consumo.
Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (14), a expectativa do mercado financeiro para o crescimento do PIB em 2025 subiu de 1,97% para 1,98%. Para 2026, a projeção foi de 1,6% para 1,61%. Para 2027 e 2028, o mercado mantém expectativa de crescimento de 2% ao ano.
Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, o quarto ano seguido de alta. Foi o melhor desempenho desde 2021, quando a economia avançou 4,8%.
Real entre as moedas que mais se valorizam
A valorização do real é outro sinal de confiança no país. Até 13 de maio, a moeda brasileira acumulava alta de 10,1% frente ao dólar, segundo a agência de classificação de risco Austin Rating. Com esse desempenho, o real ocupa a quarta colocação entre as moedas que mais se fortaleceram no ano, atrás apenas da coroa sueca (13,5%), do cedi ganês (16,6%) e do rublo russo (34,2%).
O dólar comercial está cotado na faixa dos R$ 5,60 – o menor nível do ano e o mais baixo em sete meses. A queda é atribuída à forte entrada de capital estrangeiro no país, especialmente em maio.
Economia circular: novo plano aprovado
A 2ª reunião do Fórum Nacional de Economia Circular, realizada em 8 de maio pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aprovou o Plano Nacional de Economia Circular. O documento define 18 objetivos e mais de 70 ações para os próximos dez anos, consolidando a transição de um modelo linear para uma economia sustentável e regenerativa.
“O plano representa um momento histórico para nossa economia”, afirmou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg. “Estamos saindo de um sistema que consome e descarta para um que reaproveita e regenera.”
A proposta foi construída com base em 1.627 contribuições colhidas durante consulta pública. A aprovação antecede a realização do Fórum Mundial de Economia Circular, que acontece pela primeira vez na América do Sul, entre os dias 13 e 16 de maio, em São Paulo.
Geração de empregos
O Brasil criou mais de 257.528 postos de trabalho com carteira assinada em abril de 2025, alta 7,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando foram criados 239.886 mil postos.
A geração de empregos surpreendeu o mercado, que esperava um saldo positivo de 151 mil postos de trabalho. O resultado decorreu de 2.282.187 admissões e 2.024.659 desligamentos
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quarta-feira, 28. A geração de empregos é a melhor da história para os meses de abril. Nos quatro primeiros meses do ano, foram criados 922.362 empregos com carteira assinada, segundo os dados do governo.