A semana no mundo: Colômbia entra na Rota da Seda, Cannes apaga e França debate eutanásia
Acordo geopolítico entre China e Colômbia avança integração regional; ataque anarquista deixa Cannes no escuro; e França dá primeiro passo para legalizar a morte assistida
Fernanda Otero
China formaliza acordo com a Colômbia no cinturão da Nova Rota da Seda

A cooperação entre a China e a América Latina sob a estrutura da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), no âmbito da Nova Rota da Seda, foi formalizada pelo presidente Gustavo Petro durante a realização da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em meados de maio. Entre os destaques está um acordo assinado entre a China e a Colômbia sobre cooperação no âmbito da BRI.
Durante a visita do presidente colombiano à China, os dois países assinaram um plano de cooperação para a construção conjunta do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda do Século XXI, marcando a adesão formal da Colômbia à iniciativa global proposta por Pequim.
Em visita a Pequim, o ministro de Minas e Energia da Colômbia, Edwin Palma, afirmou ao Global Times que o plano com a China promoverá o desenvolvimento nacional e permitirá que o país aproveite oportunidades em áreas como transporte e conectividade.
Com informações do Global Times
Anarquistas franceses provocam apagão durante o Festival de Cannes

Sem explicar os motivos, dois grupos anarquistas reivindicaram a autoria de um apagão que deixou mais de 160 mil residências sem energia no sul da França no sábado (24), durante a cerimônia de encerramento do Festival de Cannes. O evento premiou o ator Wagner Moura pelo papel em O Agente Secreto e o diretor Kleber Mendonça Filho como melhor diretor da 78ª edição do festival. A cerimônia prosseguiu com uso de geradores.
O blecaute afetou a cidade de Nice, o festival e serviços essenciais como semáforos e caixas eletrônicos. No domingo (25), um segundo ataque foi registrado, atribuído a um incêndio criminoso em um transformador elétrico. Cerca de 45 mil residências ficaram sem energia, que foi restaurada horas depois.
Em carta anônima divulgada no mesmo dia, os grupos afirmaram: “O objetivo da ação não era apenas perturbar o festival, mas também privar todos os estabelecimentos industriais de eletricidade.”
Com informações do Euronews
Assembleia da França aprova projeto sobre morte assistida
O parlamento francês aprovou um projeto de lei que visa legalizar a morte assistida, permitindo a eutanásia e o suicídio assistido sob condições consideradas rigorosas para os padrões europeus.
A proposta seguirá para o Senado e depois retornará à Câmara Baixa para segunda análise. A expectativa é que a lei não entre em vigor antes de 2026. O governo francês apresentou o projeto como “uma resposta ética à necessidade de apoiar pacientes e pessoas em sofrimento”, destacando que não se trata de criar um direito, mas de garantir autonomia individual.
O projeto — chamado de lei sobre “fim da vida” ou “ajuda a morrer” — recebeu apoio da maioria dos parlamentares da base de Emmanuel Macron e da esquerda. A direita e a extrema direita votaram majoritariamente contra.
Panorama europeu
A eutanásia ativa e o suicídio assistido são legais na Holanda e na Bélgica desde 2002. Em ambos os países, é exigido que um médico e um especialista independente confirmem o sofrimento insuportável e a ausência de perspectivas de melhora. Luxemburgo descriminalizou as práticas em 2009. A Áustria legalizou o suicídio assistido em 2022. Na Suíça, a eutanásia ativa é proibida, mas o suicídio assistido é legal desde os anos 1940.
A Espanha aprovou em 2021 uma lei permitindo a morte assistida para pacientes com doenças graves e incuráveis, com exigência de solicitação por escrito e análise por comitê médico.
Em outubro de 2024, o poeta, filósofo e compositor Antonio Cicero optou pela morte assistida na Suíça após o diagnóstico de Alzheimer. Ele deixou uma carta de despedida aos amigos.
Com informações do The Guardian