Em menos de um mês, Crédito do Trabalhador já liberou R$ 2,8 bi para 450 mil pessoas
A nova linha de empréstimo consignado foi anunciada em 12 de março por meio de Medida Provisória

O presidente Lula assinou, em cerimônia realizada no dia 12 de março, a Medida Provisória que cria a linha de crédito consignado “Crédito do Trabalhador”. Com essa medida, profissionais do setor privado poderão utilizar a Carteira de Trabalho Digital para acessar empréstimos mais baratos, com garantia do FGTS.
Menos de um mês após o lançamento, o Crédito do Trabalhador já havia liberado R$ 2,8 bilhões em empréstimos consignados para 452.445 trabalhadores. No total, foram firmados 453.494 contratos, com parcela média de R$ 349,20 e prazo médio de 18 meses. O valor médio do crédito concedido por trabalhador foi de R$ 6.240,57.
Os dados, divulgados pela Dataprev e repassados ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que até o dia 31 de março, mais de R$ 2,3 bilhões já haviam sido liberados. Desses, R$ 402,9 milhões beneficiaram 104.747 trabalhadores com renda de até dois salários mínimos.
Para trabalhadores com renda entre dois e quatro salários mínimos, foram destinados R$ 656,9 milhões, atendendo 117.840 pessoas. Aqueles com salários entre quatro e oito salários mínimos contrataram R$ 472,9 milhões, distribuídos entre 72.678 beneficiários. Por fim, para quem recebe acima de oito salários mínimos, foram liberados R$ 801,1 milhões, contemplando 76.361 trabalhadores.
Por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), o trabalhador tem a opção de requerer a proposta de crédito diretamente com instituições financeiras habilitadas pelo Governo Federal. Para isso, o profissional autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de serviço, sempre em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Após isso, o trabalhador recebe ofertas em até 24h, podendo analisar a melhor opção e fazer a contratação no canal do banco.
“Agora, eles podem ter crédito barato para sair da mão do agiota. Não precisam mais pagar 10% de juros (por mês). Podem escolher entre bancos privados, bancos públicos. O que cobrar menos, vá lá e faça. Será uma revolução neste país”, afirmou Lula.
O presidente destacou que a intenção do programa não é endividar os brasileiros, mas sim proporcionar oportunidades, tirar os mais vulneráveis dos juros elevados, promover inclusão produtiva e melhorar a qualidade de vida. “O objetivo é usar o empréstimo para comprar algo que melhore nossa capacidade de viver melhor, como melhorar a casa, a educação do filho, a qualidade das roupas. É para isso que usamos o empréstimo, para tentar resolver um problema de saúde ou garantir um tratamento adequado”, afirmou o presidente.
Acredita
Antes do Crédito do Trabalhador, o governo federal já havia criado outra importante iniciativa: o programa Acredita. Por meio da Lei nº 14.995 de 10 de outubro de 2024, o programa visa facilitar a renegociação de dívidas e oferecer crédito com taxas de juros diferenciadas para pequenos negócios.
O Acredita inclui: o Desenrola Pequenos Negócios, que permitiu a renegociação de dívidas bancárias de MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte com faturamento de até R$ 4,8 milhões; o ProCred 360, destinado a MEIs e microempresas com faturamento de até R$ 360 mil; o microcrédito orientado a inscritos no CadÚnico; e a renegociação de dívidas do Pronampe, além de iniciativas de apoio a empresas com foco sustentável e imobiliário.
A criação do Programa Acredita é fruto de um esforço conjunto entre os ministérios do Empreendedorismo, da Fazenda e do Desenvolvimento e Assistência Social e Combate à Fome, com o objetivo de fortalecer a economia e fomentar os mais de 20 milhões de empreendedores do país.