Moraes desmente fake news de bolsonaristas durante julgamento
Relator do julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro réu condena as mentiras e ataques propagados na internet

No primeiro dia do julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso, Alexandre de Moraes, condenou as fake news propagadas por apoiadores do ex-presidente na internet.
Moraes destacou que as milícias digitais continuavam atuando durante o julgamento, produzindo e disseminando notícias falsas com “o objetivo de intimidar o poder Judiciário”. Uma das mentiras citadas pelo ministro dizia respeito aos condenados durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Se criou uma narrativa, assim como a ideia de que a Terra seria plana, de que o Supremo Tribunal Federal estaria condenando ‘velhinhas com a Bíblia na mão’, que estariam passeando num domingo ensolarado. Ninguém lá estava passeando e as imagens mostram isso (…) Essa narrativa que se criou, e se repete, através de notícias fraudulentas nas redes sociais, de que só são mulheres e mulheres idosas (condenadas), é totalmente mentirosa”, afirmou.
Um dia antes do início do julgamento, Jair Bolsonaro tentou criar uma narrativa que impactasse seu processo, publicando um post sobre o caso de Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira que também é ré no STF por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, com o intuito de incitar a população contra a Justiça.
No post, Bolsonaro afirmou que Débora estaria sendo condenada a 14 anos de prisão apenas por pichar a estátua “A Justiça”, em frente ao STF. Contudo, essa versão é falsa.
Além disso, o STF já havia desmentido outras fake news relacionadas a decisões do ministro dirigidas a Bolsonaro. “É falsa a informação que circula nas redes sociais atribuindo ao ministro Alexandre de Moraes uma suposta decisão monocrática em que teria proibido Jair Bolsonaro de tomar medidas (…) como intervenção militar, golpe de estado, intervenção nos demais poderes e uso das Forças Armadas para proteção do Executivo”. A postagem citada dizia ainda que Moraes teria ameaçado o então presidente de prisão.