Com recuo na conta de luz, inflação de janeiro atinge menor índice para o mês desde o Plano Real
Inflação desacelera e registra a menor taxa para janeiro desde 1994
Energia elétrica residencial recua 14,21% e exerce o impacto negativo (-0,55 p.p.) mais intenso sobre a inflação de janeiro – Foto: Agência Brasil / Arquivo

O índice de inflação no Brasil apresentou uma desaceleração significativa no início de 2025. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de apenas 0,16% em janeiro, a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O acumulado em 12 meses recuou para 4,56%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 11 de fevereiro.

O recuo foi influenciado principalmente pela queda de 14,21% nos preços da energia elétrica residencial, que teve impacto de -0,55 ponto percentual no índice. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explicou que essa redução se deve à incorporação do Bônus de Itaipu, concedido nas faturas de janeiro. Com isso, o grupo Habitação registrou retração de 3,08% no período.

Por outro lado, o grupo Alimentação e Bebidas registrou um aumento de 0,96%, marcando o quinto mês consecutivo de alta. Os principais vilões foram a cenoura, com aumento de 36,14%, o tomate (20,27%) e o café moído (8,56%). No sentido oposto, a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%) tiveram recuo nos preços. A alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro.

O IPCA é calculado pelo IBGE e considera os gastos de famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos. A pesquisa abrange dez regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice de janeiro, foram comparados os preços coletados entre 28 de dezembro e 29 de janeiro de 2025 com os vigentes entre 29 de novembro e 27 de dezembro de 2024.

Variação regional e setores em destaque

Dentre as 16 localidades analisadas pelo IBGE, Aracaju teve a maior variação positiva (0,59%), impulsionada pela alta de 13,65% nas passagens aéreas. A menor variação foi registrada em Rio Branco (-0,34%), onde a energia elétrica caiu 16,60%. Outras cidades também tiveram variação negativa no IPCA de janeiro, como Goiânia (-0,03%), Porto Alegre (-0,03%), São Luís (-0,08%) e Curitiba (-0,09%).

O setor de Transportes apresentou alta de 1,30%, puxado pelos aumentos nas passagens aéreas (10,42%) e no ônibus urbano (3,84%). As tarifas de transporte público foram reajustadas em diversas capitais, como Belo Horizonte (8,38%), Rio de Janeiro (6,98%), Salvador (6,00%) e São Paulo (5,22%). Também houve aumento nos preços do etanol (1,82%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,61%) e gás veicular (0,43%).

INPC estagnado

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, não apresentou variação de dezembro para janeiro, permanecendo em 0,00%. No acumulado de 12 meses, a taxa ficou em 4,17%, abaixo dos 4,77% registrados no período anterior. Regionalmente, a maior variação foi registrada em Salvador (0,47%), enquanto Rio Branco teve a menor (-0,49%), reflexo da queda na energia elétrica.

Os dados indicam um início de ano com inflação mais controlada, especialmente devido à queda expressiva na energia elétrica. No entanto, os preços dos alimentos e do transporte seguem pressionando o custo de vida da população.

(com informações do Planalto)