Em entrevista coletiva, presidente destacou papel do ministro da Fazenda na PEC da Transição, no arcabouço fiscal e na reforma tributária, chamando críticas de “injustas”

Redação Focus Brasil 

Lula sai em defesa de Haddad: 'O companheiro é um ministro extraordinário'

Durante entrevista na manhã desta quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e classificou como “injustas” as críticas feitas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab.

No início da semana, Kassab afirmou, durante um evento em São Paulo, que o ministro era “fraco” e que, se a eleição fosse hoje, Lula não seria reeleito. O presidente não deixou as declarações passarem em branco. “Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir. Porque, como ele disse, se a eleição fosse hoje, eu perderia, e eu olhei no calendário e vi que a eleição é só daqui a dois anos. E eu fiquei muito despreocupado”, ironizou.

Haddad e a reconstrução da economia

Lula destacou que Haddad foi peça-chave na formulação da PEC da Transição, medida essencial para garantir recursos ao governo já no primeiro ano de gestão. “Não reconhecer que o Haddad começou o governo coordenando a PEC da Transição, porque a gente não tinha dinheiro para governar o País em 2023, é ser injusto. Nós conseguimos, num parlamento totalmente adverso, porque o meu partido só tinha 70 deputados de um total de 513, aprovar essa PEC, que permitiu ter dinheiro para cuidar das políticas públicas, pagar inclusive dívidas do governo passado e ainda garantir investimentos na educação e no Bolsa Família”, explicou o presidente.

Lula também mencionou a aprovação do arcabouço fiscal, um dos principais desafios enfrentados pelo ministro da Fazenda. “O companheiro Haddad coordenou com o Congresso Nacional a indicação de uma seriedade administrativa estupenda. Ele convenceu todo o governo e o Congresso de que, além de cumprir o arcabouço fiscal, não poderíamos gastar mais de 2,5% em investimentos. Isso é uma coisa extraordinária, porque foi feita contra todas as pressões”, afirmou.

A importância da reforma tributária

Outro ponto de destaque na defesa de Haddad foi a reforma tributária, aprovada no Congresso em 2023 após décadas de tentativas frustradas. Lula chamou a aprovação de “milagre” e ressaltou o impacto positivo da medida para a economia brasileira.

“Depois o Haddad coordenou uma coisa que o mundo depois vai agradecer, que foi a aprovação da reforma tributária. Jamais houve uma reforma tributária feita num regime democrático, com um Congresso funcionando de forma independente e a imprensa livre para criticar. Conseguimos uma política tributária que entrará em vigor em 2027, tornando o Brasil mais atrativo para investimentos estrangeiros e mais seguro para investimentos nacionais”, afirmou.

Para Lula, o trabalho de Haddad à frente da Fazenda deveria ser reconhecido até por seus opositores. “Na verdade, só por isso, o Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab. Agora, eu não posso pedir para ele elogiar, se ele não quer elogiar”, concluiu.