Um resumo do que aconteceu no mundo na última semana

Irlanda – Israel anuncia que fechará embaixada em Dublin, na Irlanda

A semana no mundo - 10 a 17 de dezembro
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O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, declarou no domingo, 15/12, que a embaixada israelense localizada em Dublin, na Irlanda, será fechada e que o país teria ultrapassado “todos os limites em suas relações com Israel”. O anúncio veio depois de a Irlanda decidir apoiar o processo da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que acusa Israel de genocídio contra o povo palestino.

O primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, manifestou-se sobre a decisão do governo Netanyahu no X e declarou-se “desapontado”, pois “manter os canais abertos nunca foi tão importante para compreender a posição de cada lado, ainda que com discordância”. O chefe de governo rechaçou a “alegação de que a Irlanda é anti-Israel” acrescentando que “a Irlanda é a favor da paz, dos direitos humanos e da lei internacional”.

“A Irlanda deseja uma solução de dois Estados e que Israel e Palestina vivam em paz e segurança. A Irlanda sempre defenderá os direitos humanos e a lei internacional. Nada nos desviará disso”, escreveu. Em 2024, Irlanda, Espanha, Eslovênia e Noruega reconheceram formalmente a soberania palestina.

Itália concede cidadania a Javier Milei

A semana no mundo - 10 a 17 de dezembro
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O governo da Itália concedeu cidadania ao presidente da Argentina, Javier Milei, com base em seu sobrenome italiano, gerando reações negativas de políticos da oposição.

De acordo com a Agência Reuters, a oposição destacou o contraste entre o tratamento dado a Milei e as dificuldades enfrentadas por crianças nascidas na Itália de pais imigrantes. A decisão gerou indignação nas redes sociais.

As leis de cidadania da Itália são baseadas em laços de sangue, o que significa que até mesmo descendentes distantes de cidadãos italianos podem reivindicar a cidadania italiana, contrastando com os requisitos para estrangeiros nascidos em solo italiano ou aqueles que migram para o país cujas leis são muito mais rigorosas.

A lei atual exige que estrangeiros residam na Itália por 10 anos antes de solicitar a cidadania, e até mesmo crianças nascidas na Itália de pais estrangeiros devem esperar até completarem 18 anos para se candidatar. A Oxfam Itália têm pressionado por uma redução no período de espera para alinhar-se a outros países da UE, como França e Alemanha, o governo da primeira-ministra de direita Giorgia Meloni se opôs firmemente a tais mudanças, informou a All Jazeera.

Jovens chineses mudam de comportamento para driblar algorítmo

A semana no mundo - 10 a 17 de dezembro
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Os usuários da chinesa Sina Weibo, a segunda maior rede social do país, começam a adotar novos comportamentos para driblar os algoritmos, informa o site Global Times. A rede social que possui mais de 600 milhões de usuários é bastante popular entre o público jovem. Seus posts possuem em média 140 caracteres, imagens e assuntos do momento, os chamados trending topics.

De acordo com reportagem do site, um número crescente de jovens está disfarçando suas personas para combater a alteração de preços impulsionada por algoritmos e conseguindo obter preços mais justos. O tópico “os jovens estão começando a estranhar a discriminação de preços baseada em big data” viralizou, com a discussão ocupando o segundo lugar no domingo, 15/12. 

Um usuário de uma agência de viagens online escreveu repetidos comentários do tipo “as passagens estão muito caras”, e conseguiu reduzir o preço de uma passagem aérea de ¥ 4.309 para ¥ 1.903 yuan. Os reguladores de internet e mercado da China intensificaram os esforços para coibir o uso ilegal de dados pessoais por plataformas para fins lucrativos.  

A Administração do Ciberespaço da China realiza estudos para lançar uma campanha conjunta com o objetivo de purificar o ambiente online e aprimorar a governança sobre questões de algoritmos nas principais plataformas de rede que deverá ser lançado até 14 de fevereiro de 2025.

(Do Global Times)

Chanceler alemão, Olaf Scholz, perde voto de confiança do parlamento 

O chanceler alemão Olaf Scholz não conseguiu maioria para barrar o voto de desconfiança no parlamento, abrindo caminho para sua dissolução e novas eleições nacionais. Scholz obteve 207 votos no parlamento de 733 assentos, bem distante da maioria de 367 necessária para permanecer no poder.

Já era esperado que o líder alemão perdesse a votação, realizada após o colapso da conturbada coalizão tripartite  do governo devido a polêmicas quanto à política fiscal. O próprio Scholz apoiou uma eleição geral antecipada, mas havia especulações de que o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) planejava sabotar a antecipação das eleições votando para que Scholz permanecesse contra sua vontade. 

Scholz agora pedirá ao presidente Frank-Walter Steinmeier que dissolva o parlamento e convide formalmente para novas eleições, que devem ocorrer dentro de 60 dias e estão previstas para o dia 23 de fevereiro.