Jones manteve uma parceria de anos com nomes como Michael Jackson e Sinatra. Ele morreu no domingo (3), aos 91 anos, nos Estados Unidos

Morre Quincy Jones, produtor que marcou a indústria da música 
Reprodução Instagram

Morreu no último domingo (3), o renomado produtor Quincy Jones, aos 91 anos, em sua casa em Los Angeles, Estados Unidos. Conhecido por sua longa e frutífera parceria com Michael Jackson, Jones foi responsável pela produção de três álbuns premiados do Rei do Pop, incluindo o lendário Thriller. 

A morte foi confirmada pelo produtor do músico, Arnold Robinson. Segundo Robinson, ele morreu em casa, em Los Angeles, cercado de amigos e família. 

“Com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones”, disse a família, em um comunicado. “E, embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele”. 

Trajetória

Indicado a 79 prêmios Grammy ao longo de sua carreira, Quincy Jones conquistou 28 estatuetas e foi reconhecido pela revista Time como um dos músicos de jazz mais influentes do século XX.

Em 1985, Jones reuniu 46 dos cantores mais populares dos Estados Unidos na época, incluindo Jackson, Bruce Springsteen, Tina Turner e Cyndi Lauper para gravar We Are the World. Jones foi um dos autores da música para arrecadar dinheiro para aqueles que sofriam com uma fome devastadora na Etiópia. O hit alcançou o primeiro lugar no Reino Unido e nos EUA e foi tocado no Live Aid, shows realizados no Reino Unido e nos Estados Unidos para arrecadação de fundos para a causa.

Jones também se destacou como ativista, fundando o Instituto Para Música Negra Americana com o apoio de Martin Luther King Jr. e, junto ao cantor Bono do U2, estabelecendo a Quincy Jones Listen.l

Jones nasceu em Chicago em 1933. Sua introdução à música veio através das paredes de sua casa de infância, de um piano tocado por um vizinho, que ele começou a aprender aos sete anos, e através do canto de sua mãe. Aos 14, começou a tocar em uma banda com Ray Charles, de 16 anos, em clubes de Seattle, em 1948.

Quincy Jones e o Brasil

O músico e produtor pode até ser mais conhecido por trabalhar com Michael Jackson, mas sua ligação com a música brasileira está marcada na história, mas o legado de Quincy Jones inclui colaborações com artistas brasileiros de destaque, como Milton Nascimento, Ivan Lins e Simone.

Mesmo com a derrota do Brasil na final da Copa de 1998, para a dona da casa França, uma propaganda da Nike com o elenco canarinho ajudaria o mundo a redescobrir o amor do músico e produtor Quincy Jones pelo país.

A peça publicitária tinha como trilha sonora a instrumental Soul Bossa Nova, de 1962, e tem a ginga que só a música brasileira tem – suficiente para embalar festas e outras propagandas até hoje.

Jones e Milton Nascimento são amigos desde 1967. Nas redes sociais, o artista brasileiro lamentou a morte do amigo. 

“Hoje amanheci com a triste notícia da partida do meu grande e amado amigo, Quincy Jones. Quincy foi um grande admirador e disseminador da música brasileira pelo mundo, e produziu muitos dos discos mais emblemáticos e importantes da história da indústria musical. Há um tempo, ele me ligou por videochamada, e matamos um pouco da saudade, que, agora, será eterna. Descanse em paz, querido irmão”, lamentou Nascimento.

Em 1987, Quincy foi creditado no álbum “Yauaretê” de Milton. A canção “Morro Velho”, uma das mais importantes do cancioneiro popular mineiro, foi gravada sob supervisão do produtor.