Brasil atinge a segunda menor taxa de desemprego em 12 anos, 6,4%
Dados do IBGE mostram queda expressiva na desocupação e recorde de 103 milhões de trabalhadores no Brasil
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (31).
Esse é o segundo índice mais baixo registrado em 12 anos, superado apenas pela taxa de 6,3% observada no último trimestre de 2013. Em relação ao trimestre anterior (abril a junho), a queda foi de 0,5 ponto percentual (p.p.), e, comparado ao mesmo período de 2023, quando o índice estava em 7,7%, a redução foi de 1,3 p.p.
O número de pessoas desocupadas caiu para 7 milhões, o menor contingente desde janeiro de 2015. O IBGE destacou que houve recuos expressivos em ambas as comparações: uma diminuição de 7,2% no trimestre (menos 541 mil pessoas buscando trabalho) e de 15,8% em relação ao ano anterior (menos 1,3 milhão de pessoas).
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, atribui essa trajetória de queda à crescente demanda de trabalhadores em diversas áreas da economia. No terceiro trimestre, o número de trabalhadores alcançou o recorde de 103 milhões, um aumento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 3,2% em comparação ao ano passado, com 3,2 milhões de pessoas a mais empregadas.
Setores em destaque
O aumento no número de ocupados foi impulsionado pela Indústria, que registrou crescimento de 3,2%, e pelo Comércio, com alta de 1,5%. Juntas, essas áreas empregaram 709 mil novos trabalhadores, sendo 416 mil na Indústria e 291 mil no Comércio. Este último também registrou uma alta histórica, com 19,6 milhões de pessoas empregadas no setor.
A maioria dos setores da economia, como Indústria, Construção, Transporte, Informação e Comunicação, e Administração, manteve a estabilidade ou apresentou crescimento no número de empregados, enquanto apenas a agropecuária teve queda anual de 4,7%.
Setores privado e público
O setor privado alcançou um recorde de 53,3 milhões de empregados, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,3 milhões sem. A categoria de trabalhadores sem carteira apresentou um crescimento mais expressivo, aumentando 3,9% no trimestre e 8,1% no ano. No setor público, o número de empregados também registrou alta, totalizando 12,8 milhões de pessoas, impulsionado especialmente pelo grupo de servidores sem carteira assinada.
Rendimento e coleta da PNAD Contínua
O rendimento médio real do trabalhador se manteve estável, com média de R$ 3.227 no trimestre. A massa de rendimentos foi de R$ 327,7 bilhões, também mantendo estabilidade, mas registrando um crescimento de 7,2% em relação ao ano anterior.
Realizada pelo IBGE desde 2012, a PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil, cobrindo 211 mil domicílios em 3.500 municípios, com dados coletados de forma presencial desde 2021, após o período de coleta por telefone durante a pandemia.