Tarcísio de Freitas pode perder elegibilidade por fake news em dia de eleição
Declaração do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas sobre apoio do PCC a Boulos pode levá-lo à inelegibilidade, e até mesmo colocar em risco a diplomação do prefeito eleito Ricardo Nunes
A fala do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), sobre uma suposta orientação de voto do PCC a favor de Guilherme Boulos (PSOL) teve repercussão imediata e gerou forte reação jurídica.
A acusação foi feita no domingo (27), durante o segundo turno da eleição, quando Tarcísio, acompanhado do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB), afirmou: “Houve interceptação de conversas e de orientações emanadas de presídios de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas a votarem em determinados candidatos.”
A gravidade das declarações motivou a campanha de Boulos a protocolar ações na Justiça Eleitoral, alegando abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. Especialistas consultados pelo jornal Folha de S. Paulo afirmam que, se as ações forem acolhidas, o governador e a chapa de Nunes poderão ser declarados inelegíveis por oito anos.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) declarou ao veículo que não recebeu relatórios oficiais sobre o caso e que tomou conhecimento do episódio apenas pela imprensa. A investigação está em andamento, com a Secretaria de Segurança Pública informando que mensagens atribuídas à facção foram interceptadas também em outras cidades, como Santos e Sumaré.