Volkswagen: montadora alemã planeja grande corte de postos de trabalho
Encontro na quarta-feira (2) em Hanover, na Alemanha, é apontado como decisivo para os funcionários de uma das dez maiores montadoras de veículos do mundo, a alemã Volkswagen
No começo de setembro, a diretoria de uma das maiores montadoras de veículos automotivos do mundo, a alemã Volkswagen anunciou seus planos para conter gastos: corte de pessoal e fechamento de unidades de produção.
Oliver Blume, CEO da empresa, deseja implementar um conjunto de medidas ainda este ano para cortar gastos, dada a baixa demanda do setor e a transição para veículos elétricos. Entre os cortes estaria a suspensão das atividades de uma das mais tradicionais unidades da Volks e que fabricou o primeiro Fusca do mundo, localizada em Wolfsburg.
O atual CEO, reconhecido como um gestor tranquilo, foi escolhido pelo poder concentrado nas mãos dos acionistas majoritários da família Porsche por trás da Volkswagen para se tornar chefe do grupo em 2022. Segundo a Agência France Press, seu estilo contrapõe-se ao de seu antecessor, visto como muitos como “desagregador e controverso”. Blume também foi CEO da Audi, Seat e da Porsche.
A representante dos trabalhadores, Daniela Cavallo, descreveu o momento como o mais duro de sua longa carreira dentro da empresa. Reconhecida como poderosa negociadora, Daniela é a primeira mulher a liderar o conselho de trabalhadores da montadora. Sua carreira começou com um estágio logo após o ensino médio, em 1994. Em 2002, foi eleita para representar os trabalhadores na subsidiária da VW Auto 5000.
Desde abril de 2021, ela é Presidente do Conselho de Trabalhadores da unidade de Wolfsburg, do Conselho Geral de Trabalhadores, e do Conselho de Trabalhadores do Grupo, desde maio do mesmo ano. Ela também ocupa outros cargos estratégicos dentro da estrutura administrativa e consultiva. Sua atuação abrange também parcerias com associações, ONGs e sindicatos.
Um comunicado do Sindicato IG Metall manifestou sua indignação quanto à última rodada de negociação que aconteceu dia 25 de setembro. O sindicato relata a decisão de uma manifestação que acompanhou as negociações. “Mais de 3.000 trabalhadores metalúrgicos da Volkswagen em Hanover-Herrenhausen expressaram claramente sua opinião sobre os planos do conselho da VW. Greves de advertência poderão ocorrer a partir de 1º de dezembro, um dia antes do término da cláusula de paz do acordo coletivo de trabalho que foi rescindido”.
A executiva Daniela Cavallo declarou em seu perfil no Instagram que a empresa só havia “tirado os acordos coletivos da mesa”.
O sindicato está exigindo um aumento salarial de 7% e um acréscimo de 170 Euros para os estagiários. “Essas demandas, cuidadosamente ajustadas ao porte da indústria metalúrgica e elétrica, foram apresentadas de maneira fundamentada pela comissão de negociação do IG Metall à empresa” , esclareceu o comunicado.
Com informações da AFP