Semeando esperanças em Nova York, por Beto Faro
Para o líder do PT no Senado, é possível que entre os efeitos dos discursos e articulações feitas pelo presidente, haja a potencialização da relevância da reunião de Cúpula de Líderes do G20
Penso que as brasileiras e brasileiros que não flertam com o extremismo ficaram honrados e orgulhosos com a agenda e o desempenho político do presidente Lula durante sua passagem por Nova York para participar da 79ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas.
É possível que entre os efeitos dos discursos e articulações feitas pelo presidente, haja a potencialização da relevância da reunião de Cúpula de Líderes do G20 – atualmente sob a presidência do Brasil – que ocorrerá no mês de novembro no Rio de Janeiro.
Da mesma forma, habilmente o presidente cuidou para mobilizar e reforçar a importância da COP 30 para o combate à crise climática. Graças aos empenhos do presidente Lula e do governador Hélder, teremos a honra de sediar a COP, em Belém, em novembro de 2025. A COP 30 parece se constituir a última chance para o mundo reagir, de fato, contra a iminência do colapso do clima.
Esses movimentos realizados pelo presidente em Nova York, se deram na sua agenda superintensiva que, ao contrário do presidente anterior –isolado em todos os fóruns internacionais que frequentava– teve que se desdobrar para cumprir os compromissos políticos agendados.
Além das atividades na ONU, Lula manteve bilaterais com vários líderes políticos mundiais como o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; com o presidente da França Emmanuel Macron, com o primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille, entre outros. Foi convidado das Fundações Bill/Melinda Gates, e Clinton para dialogar sobre temas globais encampados por essas entidades. Lula também discursou na abertura da reunião de Chanceleres do G20.
Ainda entre outras atividades, o presidente coordenou o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em conjunto com presidente espanhol Pedro Sanchez.
Não obstante a intensa negociação pela resolução dos impasses colocados para o Acordo Mercosul/União Europeia, com destaque (saibam os ruralistas) para a tentativa de postergar ou flexibilizar os efeitos danosos para o Brasil da lei anti desmatamento da UE, quatro grandes temas foram os alvos centrais das articulações do presidente.
Primeiro, as iniciativas para o combate à desigualdade, à desinformação e ao radicalismo. Em segundo, a sua persistência obstinada pela mobilização global para o enfrentamento da fome com o lançamento da aliança contra a fome e a pobreza em todo mundo. Em terceiro, a efetividade do enfrentamento às mudanças do clima. Como quarto grande tema, a governança global, de modo a atualizar a ONU e demais instituições multilaterais ante à realidade geopolítica atual.
Todos esses temas vêm sendo cuidadosamente discutidos e articulados nos trabalhos do G20 que culminarão na Cúpula de novembro onde poderão ser dados passos substantivos nos compromissos dos países mais ricos no cumprimento dessas agendas. Caso isso venha a ocorrer o Brasil terá o reconhecimento sem precedentes da comunidade internacional. De outra parte, os discursos e tratativas do presidente em torno do imperativo e derradeiro envolvimento global contra a crise climática, tenderá a elevar exponencialmente as atenções para a COP 30.
Por fim, é de altíssima relevância e urgência a conclamação de Lula por reformas estruturais na ONU de modo a qualificar a instituição como efetiva, representativa e legítima instância da governança global. O Conselho de Segurança da ONU, que trata de questões de paz e segurança, é anacrônico, perverso e inútil. Mas as agências e outras organizações da ONU prestam serviços inestimáveis para a humanidade. O governo brasileiro irá propor a revisão da Carta da ONU. Junto com as demais ações, nosso governo semeou esperanças para o mundo em NY.