Ataque de Israel ao Líbano provoca fuga em massa na região de Beirute
Após uma semana de explosões e ataques mútuos, centenas de mortos e milhares de feridos, libaneses fogem da guerra; escritório da Al Jazeera na Cisjordânia fecha em ação do exército israelense
O subúrbio de Beirute e algumas regiões da Síria e Líbano sofreram na última semana uma sequência de explosões em dispositivos de comunicação pagers e walkie talkies que deixou aproximadamente 3.000 pessoas feridas e 39 mortos, entre elas duas crianças.
A agência Reuters informou que o ataque teria sido provocado por Israel, que teria implantado explosivos nos equipamentos, que possuem tecnologia chinesa, mas foram adquiridos na Hungria,
Na sexta-feira (20) , Israel realizou mais um bombardeio a Beirute. O ataque aéreo que teria matado 14 e ferido outras 59 pessoas, informou o Euronews.
No domingo, o Hezbollah disparou mais de 100 foguetes, mísseis e drones contra o norte de Israel, com alguns explosivos atingindo áreas próximas à cidade de Haifa.
Nova sequência de bombardeios foi realizada por Israel na segunda-feira (23), e de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 356 pessoas, incluindo crianças, mulheres e equipes de resgate, perderam a vida nos ataques aéreos realizados por Israel.
A principal estrada que leva da cidade portuária de Sidon a Beirute ficou congestionada, marcando o maior movimento de fuga desde os conflitos de 2006.
Desde outubro, cerca de 600 pessoas foram mortas no Líbano, entre elas, aproximadamente 100 civis. A ação da última segunda-feira é considerada a ofensiva mais letal dos últimos tempos.
Na Cisjordânia, o exército israelense fechou o escritório do órgão de imprensa Al Jazeera em Ramala, na Cisjordânia. Israel já havia atuado em represália a jornalistas do veículo anteriormente.
Reações
O agravamento da guerra na região do território onde se localiza a Palestina ocorria enquanto era votado e aprovado na Sessão especial de emergência da Assembleia Geral sobre a Palestina, uma resolução que apela a Israel pôr fim à sua “presença ilegal no Território Palestino Ocupado”. O texto foi aprovado por 124 votos favoráveis, 14 contrários e 43 abstenções.
O alto representante da União Europeia, Josep Borrell também manifestou-se em sua conta no X, no domingo, 22, e compartilhou uma nota dizendo que a UE “está extremamente preocupada com a escalada no Líbano na sequência dos ataques de sexta-feira em Beirute, em que pelo menos três crianças foram mortas, e com a crescente violência transfronteiriça entre Israel e o Hezbollah.
Na segunda (23), voltaram a registrar fortes ataques, tanto em Israel como no Líbano. É urgentemente necessário um cessar-fogo, tanto na Linha Azul como em Gaza”, afirmou Josep Borrell.
No encontro da Assembleia Geral da ONU que começou no domingo em Nova York, o Secretário Geral. Antonio Gutierrez declarou que estaria preocupado “com a possibilidade de o Líbano se transformar numa nova Gaza”. O secretário apelou a Israel e ao Hezbollah para que ‘reduzam as tensões’.