Novo primeiro-ministro escolhido por Macron desagrada extrema direita e esquerda
Após 50 dias de espera, escolha de Macron foi mal recebida pela extrema-direita e pela NFP; Michel Barnier, possui extensa carreira como político conservador
A extrema-direita na França, liderada por Marine Le Pen (RN), segue sua tática de confronto dentro da Assembleia Nacional, mesmo após a escolha do primeiro-ministro conservador, Michel Barnier (LR), feita por Emmanuel Macron quase dois meses depois das eleições parlamentares que garantiram ampla vitória aos progressistas da Nova Frente Popular (NFP).
Marine Le Pen declarou no sábado, 14, que faltariam 10 meses para a carência constitucional e que ela estaria “convencida de que ao final desses 10 meses haverá novas eleições parlamentares”. O país elegeu novos parlamentares em julho, mas a Constituição impede que uma nova dissolução ocorra por pelo menos um ano a partir da votação.
A nomeação não agradou aos 72 deputados da NFP. “Esta negação da democracia é insuportável”, afirmou Manuel Bompard, secretário nacional da França Insubmissa, numa publicação da rede social X. “A nomeação de Michel Barnier é uma dupla negação dos resultados eleitorais. Enquanto a Nova Frente Popular saiu vencedora das eleições, o partido de Michel Barnier obteve 6,5% nas eleições legislativas e tem 40 deputados na Assembleia Nacional”.
Quem é Michel Barnier
O experiente político Michel Barnier foi eleito deputado em 1978. Ocupou um ministério pela primeira vez entre 1993 e 1995, na pasta do Meio Ambiente.
Sob as presidências de Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, foi nomeado para os ministérios de Assuntos Europeus (1995 a 1997), Negócios Estrangeiros (2004-2005) e Agricultura e Pesca (2007 a 2009).
Barnier foi Comissário Europeu pela primeira vez em 2009, voltando ao cargo em 2016 quando atuou como negociador do Brexit que operacionalizou a saída do Reino Unido da UE. Os parlamentares europeus, entretanto, comemoram a escolha de Macron.
Em sua primeira entrevista no cargo, ele disse à Rede TF1 que “nunca foi sectário” e que “presidente deve presidir, o governo deve governar”.
Com informações do Euronews e Le Monde