MST responde fake news sobre queimadas e reafirma luta por um campo mais justo e sustentável
Diante das evidências que os incêndios têm sido provocados de maneira criminosa por pessoas ligadas ao agronegócio, os parlamentares que representam o setor andam espalhando uma série de fake news absurdas. Algumas com montagens amadoras em que o mapa em chamas do país formam a letra L – numa tosca associação ao presidente Lula.
Como se não bastasse as propostas absurdas como a do deputado Giovani Cherini (PL-RS) que quer provar a suposta “farsa do aquecimento global”, a bancada ruralista voltou a atacar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na tentativa de desviar o foco para as queimadas que ocorrem em todo o país.
Diante das evidências que os incêndios têm sido provocados de maneira criminosa por pessoas ligadas ao agronegócio, os parlamentares que representam o setor andam espalhando uma série de fake news absurdas. Algumas com montagens amadoras em que o mapa em chamas do país formam a letra L – numa tosca associação ao presidente Lula.
A resposta do MST, divulgada antes que a mentira se alastrasse ainda mais,não só rebate as acusações como é enfática ao reafirmar: “As queimadas que atingem diretamente o bioma Mata Atlântica, bem como as que ocorreram no Pantanal e na Amazônia (…), são sintomas anunciados do desequilíbrio ambiental e da crise climática criados no âmbito do desenvolvimento do modo capitalista de produção no campo”.
Mais do que rebater as fake news, o movimento ainda lembrou o trabalho que tem feito ao longo das últimas quatro décadas em defesa do meio ambiente. “O MST reafirma seu compromisso com um projeto popular de uso e ocupação da terra, que propõe uma Reforma Agrária Popular voltada para a agroecologia. Este modelo busca destinar latifúndios improdutivos e áreas que cometem crimes ambientais para trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, promovendo uma relação sustentável com a natureza.”
3 perguntas para Gilmar Mauro (MST) sobre as queimadas no Brasil.
- De quem é a culpa pelas queimadas?
“As queimadas são resultado de uma lógica de monocultura da cana, no Estado de São Paulo, e da soja, em outras partes do país. Elas atendem aos interesses do agronegócio e há evidências suficientes para responsabilizar grandes produtores pelo que vem acontecendo. Elas são orquestradas, ocorreram ao mesmo tempo, e foram agravadas pelas condições climáticas desfavoráveis. Há cidades em que quase não há mais vegetação nativa em função das queimadas e é preciso que a justiça seja aplicada com rigor para evitar que desapareçam”
- E as Fake news contra o MST?
“As mentiras criadas para acatar o movimento foram logo desmentidas e fazem parte exclusivamente de interesses políticos. Nós, do MST, respondemos todas as elas com tranquilidade porque o nosso trabalho é reconhecido mundialmente. Esse jogo político feito pela bancada ruralista quer isentar os verdadeiros responsáveis por esses crimes e atacar a gestão federal.”
- O que MST faz pelo Meio Ambiente?
“Toda nossa estratégia de produção é feita a partir do conceito de agrofloresta, com respeito ao meio ambiente e destinada a oferecer alimentos saudáveis à população. Ao longo destas quase quatro décadas mudamos os nossos paradigmas para atender às atuais demandas da luta contra desmatamento e aquecimento global. Nós estabelecemos meta claras para proteger o meio ambiente como o plantio de 100 milhões de árvores nos próximos anos. Já atingimos metade desta meta. Sabemos que ainda é pouco para reverter os grandes problemas ambientais que sofremos, mas passa uma mensagem importante: nós defendemos o planeta”.
Gilmar Mauro é um dos fundadores e membro da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)