Alberto Cantalice 

A desistência de Biden abala favoritismo de Trump, por Alberto Cantalice

O turbilhão de emoções que envolve as eleições nos Estados Unidos ganha contorno de drama e suspense. A desistência do presidente Joe Biden, cuja candidatura estava abalada desde o mau desempenho no último debate, pauta a mídia e parece criar embaraços à caminhada de Donald Trump, cotado que estava para voltar a ocupar a Casa Branca. 

O apoio imediato de Biden para a nomeação de sua Vice-presidente Kamala Harris, via redes sociais, para assumir a nomeação Democrata provocou uma enxurrada de apoios internos e praticamente inibiu qualquer tentativa de disputa pela indicação do Partido. 

Aos poucos, setores da sociedade civil estadunidense vem manifestando apoio à candidata, o que já garantiu uma grande soma de recursos financeiros para o comitê Democrata.

O cinturão de garantia da provável presidenciável começou com declarações importantes como as da ex-postulante à presidência em 2020, Elizabeth Warren, da ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, seis governadores, diversos senadores e deputados. Entre as quais a representante do setor à esquerda do Partido Alexandria Ocasio-Cortez. 

O direitista ultra reacionário Donald Trump escolheu como seu companheiro de chapa o também ultradireitista senador JD Vance e vinha dominando o cenário e ditando a pauta ao passo que se consumava a situação do Presidente Biden. 

A indicação de uma mulher afro-americana coloca a candidatura trumpista em um verdadeiro círculo do inferno. Os arroubos e a agressividade característica do candidato serão muito mais impactantes quando dirigidos a uma oponente mulher. Soma-se ao inferno de Trump, as adesões massivas da comunidade negra e latina à candidatura de Harris. 

Nesta semana, o poderoso movimento sindical americano começou a se movimentar com a adesão da Afl-Cio à chapa Democrata. Depende agora que a candidata dê um forte aceno à juventude. Isso se dará por meio da defesa intransigente do cessar-fogo em Gaza e o fim do genocídio perpetrado por Benjamin Netanyahu e seus sequazes. 

Sem ilusões quanto a lógica imperialista que domina o establishment. Norte-americano, seja ele Democrata ou Republicano, a derrota de Donald Trump e a vitória de uma mulher afrodescendente é sempre um novo alento.