No Senado, representantes do governo detalham ações de socorro ao RS
Para Paulo Paim, é preciso pensar no desenvolvimento de forma sustentável e na busca de um projeto de Nação que respeite as pessoas, não agrida o meio ambiente e os direitos humanos
Agência PT
A prevenção aos desastres climáticos precisa estar no foco de atuação dos governos e do Congresso Nacional. Essa é a avaliação dos parlamentares, representantes do governo Lula e especialistas ouvidos nesta segunda-feira (27) na sessão de debates do plenário do Senado para tratar da catástrofe no Rio Grande do Sul.
O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão externa do Senado destinada a acompanhar a tragédia, destacou o fato de o bioma pampa ser o segundo mais devastado do Brasil, atrás apenas da Mata Atlântica.
Para Paim, é preciso pensar no desenvolvimento de forma sustentável e na busca de um projeto de Nação que respeite as pessoas, não agrida o meio ambiente e os direitos humanos.
“Estamos pagando o preço da nossa insensatez. E quem mais sofre, infelizmente, é a população”, alertou o senador.
“Não podemos mais silenciar diante dos sons e estrondos de uma árvore que é derrubada, das inundações, das queimadas, da desertificação, das águas contaminadas. O desequilíbrio ecológico é culpa do homem e isso pode tornar parte do planeta inabitável. O alerta está sendo dado: aquecimento global, ar irrespirável, desastres ambientais, refugiados climáticos, fome, doenças, pragas”, emendou Paim.
A chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Monique Sacardo Ferreira, afirmou que a pasta tem olhado para a política climática e para o enfrentamento à emergência climática como uma grande missão na promoção de políticas voltadas à descarbonização da economia, a transição justa e preparação da população e das cidades para os impactos de eventos extremos.
“Estamos trabalhando na elaboração de um projeto para apoiar 260 municípios, inicialmente, a construir os seus planos municipais de adaptação à mudança do clima. Essa estratégia é fundamental. O enfrentamento à mudança climática não é feito por um
ente isolado, mas é uma coordenação interfederativa necessária para prevenir e salvar vidas”, explicou.
No mesmo sentido, o ministro das Cidades Jader Filho apontou para a necessidade de as políticas públicas do governo federal, estados e municípios estarem desenhadas para o que classificou como “novo normal”.
“Se as nossas cidades não estiverem preparadas, se não estiverem adaptadas, se a resiliência das nossas cidades não for uma prioridade para este país, nas obras de prevenção a desastres, nós iremos ver tragédias como essas cada vez mais frequentes. Nós iremos gastar muito mais, o Brasil terá um custo muito maior, se nós não tratarmos de prevenção como prioridade neste país”, alertou Jader Filho.
O ministro ainda explicou aos parlamentares que a reconstrução das casas destruídas deve ser feita pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) Calamidades, versão do programa destinada a atender municípios atingidos por catástrofes naturais.
Secretário-executivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro de Moura, enfatizou o trabalho articulado pelos ministérios do governo Lula que, no socorro aos mais de 580 mil desalojados e quase 700 mil afetados, já conseguiu articular mais de 20 mil toneladas de doações.