Taxa de desemprego do 3º trimestre é a menor desde 2014, mostra Pnad
Efeito Lula: Brasil tem recorde de trabalhadores ocupados. Segundo a Pnad Contínua, a taxa de desocupação é a menor desde 2014. Total de pessoas com emprego chega a 99,8 milhões
O mercado de trabalho brasileiro retoma crescimento, após o desastre do governo anterior. É o efeito Lula. Dados divulgados na última semana mostra que o desemprego no Brasil caiu para 7,7% no 3º trimestre, o menor para o período desde 2014, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, quando se situou em 6,9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na terça-feira, 31 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo tanto do verificado no segundo trimestre de 2023 (8%) e do resultado de igual período de 2022 (8,7%). No trimestre encerrado em agosto, a taxa estava em 7,8%. O resultado ficou em linha com a mediana das expectativas de 21 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo jornal Valor Econômico. O intervalo das projeções ia de 7,6% a 7,9%. O Novo Caged revelou a criação de 1,6 milhão de empregos formais nos nove primeiros meses do governo Lula, o IBGE publicou novos números que confirmam o bom momento do mercado de trabalho.
No terceiro trimestre de 2023, o país tinha 8,3 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. Este número aponta retração de 3,8% frente ao segundo trimestre (menos 331 mil pessoas) e queda de 12,1% frente a igual período de 2022 (menos 1,1 milhão de pessoas). É o menor contingente de desempregados desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015 (8,3 milhões).
Entre julho e setembro, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 99,8 milhões de pessoas, o maior contingente de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Isso representa uma alta de 0,9% em relação ao período entre abril e junho (mais 929 mil pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2022, subiu 0,6% (569 mil pessoas).
A renda média dos trabalhadores avançou 1,7% no terceiro trimestre de 2023, frente a igual período do ano anterior, para R$ 2.982. A diferença é de R$ 49 a mais. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores considera a soma de todos os trabalhos. Na comparação com o segundo trimestre, houve alta de 4,2% (R$ 120).
Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) atingiu recorde de R$ 292,952 bilhões no terceiro trimestre de 2023. O número aponta expansão de 2,7% frente aos três meses anteriores, ou R$ 7,71 bilhões a mais. Perante igual período de 2022, o aumento foi de 5% (mais R$ 14,01 bilhões).
Em apenas um trimestre, o total de pessoas com trabalho cresceu em 929 mil. Com isso, o Brasil alcançou o recorde de 99,838 milhões de trabalhadores ocupados. Já a população desempregada foi de 8,316 milhões, menor patamar desde maio de 2015. •
País foi o 2º no mundo a atrair recursos no primeiro semestre de 2023. O resultado é positivo, diante do cenário de incertezas para a economia mundial
Em menos de um ano, o governo Lula já acumula uma série de avanços no esforço de recuperação econômica, como atestam diferentes indicadores. Um dos mais recentes é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coloca o Brasil como o segundo país que mais atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IED) no primeiro semestre de 2023, atrás apenas dos Estados Unidos. No ano passado, o país estava na quinta posição.
Segundo a OCDE, entre janeiro e junho deste ano, o fluxo de IED para a economia brasileira alcançou US$ 34 bilhões, contra US$ 35 bilhões do semestre anterior. O resultado é significativo quando levado em consideração o cenário de enormes incertezas para a economia mundial.
“A economia brasileira no rumo certo: o Brasil foi o segundo país que mais atraiu investimentos externos neste primeiro semestre. Sinônimo de confiança no governo do presidente Lula, nas reformas fundamentais em trâmite no Congresso Nacional, e na resiliência da economia brasileira”, comentou o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
O Brasil subiu no ranking mesmo em meio a uma forte queda do fluxo global de IED, que alcançou US$ 727 bilhões entre janeiro e junho, 30% abaixo do volume registrado no mesmo período de 2022. No ano passado, mesmo com condições mais favoráveis, o Brasil ficou na quinta colocação em acolhimento de IED, com US$ 86 bilhões, superado pelos EUA, China, Singapura e Hong Kong.
Os Estados Unidos continuaram a ser o país a atrair mais investimento estrangeiro direto, com US$ 190 bilhões no primeiro semestre. O Brasil vem em segundo, e em terceiro ficam o Canadá e o México, e, só então, vem a China. A OCDE situa o Brasil está entre os países que mais receberam anúncios de projetos novos, ao lado dos Estados Unidos, Índia, Mauritânia e Reino Unido. Uma parte desses projetos é para energia renovável.
A organização também aponta que o Brasil aparece entre os emergentes como um dos países que mais ampliou IED no exterior, com US$ 21 bilhões no primeiro semestre de 2023 comparado a US$ 3 bilhões no segundo semestre do ano passado.
Recentemente, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) destacou que o aumento de investimentos estrangeiros em alguns países, especialmente no Brasil, no ano passado, ocorreu pelo crescimento de todos os componentes do IED, especialmente o reinvestimento de lucros, e pelo aumento do fluxo no setor de serviços. Essa dinâmica está em consonância com a recuperação pós-pandemia, e não é claro se irá se manter em níveis semelhantes em 2023.
Para a Cepal, a transição energética é um dos setores impulsionadores do crescimento, que pode se tornar um motor para a transformação produtiva da região. A porcentagem da capacidade instalada de energia renovável na América Latina e no Caribe é superior à média mundial, e a matriz de geração elétrica é uma das mais limpas do mundo, segundo a entidade. •