Filho de Gustavo Petro é preso em inquérito sobre lavagem de dinheiro, movido pela Procuradoria Geral da República. “Ao meu filho, desejo sorte e força. Que esses acontecimentos forjem seu caráter e que ele reflita sobre seus próprios erros”, disse o presidente

O filho do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi preso no dia 29 de agosto, sábado, sob a acusação de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Nicolás Petro foi detido por decisão da Justiça colombiana junto com a ex-mulher Daysuris Vásquez, também acusada de lavagem de dinheiro e violação de dados pessoais. 

A Procuradoria Geral da República anunciou em março que estava investigando o jovem Petro, que também segue carreira política, por supostamente receber dinheiro de narcotraficantes em troca de incluí-los nas negociações de paz de seu pai. O presidente tem negociado com vários grupos armados ilegais enquanto busca encerrar o conflito interno de 60 anos no país, que já matou cerca de 450 mil pessoas.

Nicolás Petro negou qualquer irregularidade quando o procurador-geral anunciou pela primeira vez a investigação, chamando as acusações contra ele de “nocivas e sem fundamento”. Tanto o presidente quanto seu filho disseram na época que receberam bem a investigação “para esclarecer e proteger minha honra e bom nome”.

Em janeiro, o gabinete do procurador-geral também abriu uma investigação sobre o irmão do presidente, Juan Fernando Petro, por acusações semelhantes. O presidente escreveu no sábado de manhã no Twitter que estava “magoado” com a perspectiva de seu filho ir para a prisão. Mas garantiu que o julgamento do caso prosseguiria livremente sem pressão ou intervenção do governo.“Desejo sorte e força ao meu filho”, escreveu. “Que esses eventos forjem seu caráter e que ele reflita sobre seus próprios erros”.

Os esforços de paz do presidente Gustavo Petro tiveram sucesso. O governo e o Exército de Libertação Nacional, o maior grupo rebelde do país, concordaram com um cessar-fogo de 180 dias no mês passado, enquanto as negociações com o Clã del Golfo, o principal grupo de tráfico de drogas da Colômbia, fracassaram devido à violência contínua.

Uma proposta controversa do presidente daria sentenças reduzidas a membros de grupos armados que desmantelassem redes criminosas, reconhecessem seus crimes, fizessem trabalhos de restauração de vítimas e entregassem armas e informações sobre suas atividades.

Em março, Vásquez acusou seu ex-marido de embolsar doações de campanha para seu pai de pessoas ligadas a grupos de narcotraficantes. Ela fez as acusações em entrevista à revista colombiana ‘Semana’.

As prisões representam outro golpe para o primeiro presidente esquerdista do país, que tem lutado para fazer muitas de suas reformas passarem por um Congresso dividido.

Seu primeiro ano no cargo foi atormentado por inúmeros desafios, incluindo mudanças no gabinete e alegações de financiamento ilegal de campanha por seu ex-embaixador. •

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