Haddad: prioridade é a reforma tributária
Ministro da Fazenda diz que projeto em discussão no Congresso ‘pode ser o novo Plano Real’. Proposta deve ser votada nesta semana. Ele fez a defesa do projeto em discussão no Congresso
O governo federal está empenhado e comprometido na aprovação da reforma tributária, em discussão no Congresso Nacional. Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu em defesa do projeto que, entre outras medidas, amplia os impostos que incidem sobre o consumo. “Estamos às vésperas de uma oportunidade que há muito tempo não se via no Brasil”, disse. “Teve um economista que chegou a falar que pode ser o novo Plano Real do Brasil”. A proposta deve ser apreciada pela Câmara ao longo desta primeira semana de julho.
“Não queremos votar essa PEC [proposta de emenda à Constituição] com apenas 308 votos. Queremos votar com bastante apoio porque é uma coisa para a sociedade, para o Brasil. É uma transição lenta, mas que aponta na direção correta. Então temos muito trabalho pela frente”, disse. Ele declarou que está confiante na aprovação da reforma tributária e descartou novas concessões, argumentando que a reforma tem o impacto diluído no tempo.
Haddad afirmou que o texto dará um impacto “extraordinário” na produtividade brasileira. “Os impactos da reforma tributária são muito diluídos no tempo. Isso é uma virtude da reforma tributária, porque ao diluir no tempo, ninguém está pensando no próprio umbigo, está todo mundo pensando no que é melhor para o país. Não pode se falar em concessão, tem que se falar em busca de equilíbrio, vai ter uma dança de cadeiras aí, todo mundo vai sair da onde está e vai para outro lugar”, disse.
“Ao diluir no tempo, você não pensa no curto prazo, naquilo que você ganhar poder ganhar ou perder do ponto de vista do interesse próprio. Você tem que pensar que você vai dar um salto de qualidade para o país que vai dar um impacto na produtividade da economia extraordinário, você vai vencer o debate sobre a insegurança jurídica que nós temos hoje, tanto para os contribuintes quanto para os gestores públicos, vai pacificar a guerra fiscal que já produziu os piores resultados para federação, ninguém ganhou, todo mundo perdeu”, completou.
Questionado se o governo concordaria em aumentar para R$ 75 bilhões o valor anual de aporte do Fundo de Desenvolvimento Regional, Haddad respondeu: “Na reta final, todo mundo vai se manifestar. A gente tem que saber que tem um equilíbrio. Não adianta eu resolver o meu problema de curto prazo que é aprovar a reforma e quem tiver no meu lugar daqui 5 anos não conseguir cumprir. Essa é a questão. Temos que fazer uma coisa que todo mundo consiga cumprir. Amanhã um governador é presidente da República, ele tem que saber que vai ter que cumprir essa emenda constitucional. Então não pode facilitar”. •