GOVERNO AGRAVOU CRISE

Desigualdade e a fome no país resultam da condução econômica desastrosa da administração de Paulo Guedes, que aprofundou o desmonte do Estado

 

A atual tragédia socioeconômica brasileira é resultado das medidas econômicas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro sob a condução desastrada do ministro Paulo Guedes. Se hoje 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil, é graças à precarização do mercado de trabalho, ao desmonte de políticas públicas de segurança alimentar, à dolarização dos combustíveis e à inflação galopante. Tudo isso agravado pela política de austeridade fiscal a qualquer custo.

Esta é a avaliação Adriana Marcolino, técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Depois do golpe e, mais recentemente, no governo Bolsonaro, o conjunto de políticas públicas que existiam de proteção social e de eliminação da pobreza foi desmontado”, denuncia. A retirada dos direitos dos trabalhadores agravou a situação. “Hoje, no Brasil, a gente tem, a cada 10 pessoas no mercado de trabalho, pelo menos quatro numa situação bastante precária”.

A vulnerabilidade é maior porque o governo Bolsonaro, movido por pela ideologia ultraliberal de Paulo Guedes desestruturou o Estado e os serviços públicos e desmantelou políticas públicas, como a de aquisição de alimentos e de apoio à agricultura familiar. “Quando os movimentos sociais propuseram R$ 600 no começo da pandemia, o valor da cesta básica era de R$ 600. Mas agora o valor da cesta básica está em R$ 760”, ressalta.

A alta dos itens da cesta básica é ainda superior à da inflação de dois dígitos causada pela condução da economia. O custo de vida no Brasil é um dos mais altos do mundo. “Além do cenário internacional, que já era bastante crítico, o governo federal instituiu políticas que ampliaram esses problemas”, reforça. “Tem um conjunto de elementos que são característicos da forma como esse governo está conduzindo a economia e que fizeram com que a inflação explodisse”. •