Crédito barato para as pequenas empresas

Em encontro com líderes de pequenos negócios, ex-presidente diz que empresários terão acesso às compras governamentais. “Vamos gerar emprego, fazer a economia voltar a crescer e melhorar a vida do povo”

 

Acompanhado do ex-governador Geraldo Alckmin, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve reunido na quarta-feira, 17, com empresários de pequenos negócios e defendeu que o governo deve renegociar as dívidas do setor para impedir que as empresas fechem e encerrem suas atividades, depois das dificuldades criadas pela pandemia da covid. Ele prometeu crédito para o setor. “Eu e o Alckmin queremos cuidar deste país, gerar oportunidades. Vamos recriar alguns ministérios. O Ministério da Pequena e Média Empresa precisa funcionar”, anunciou.

“O futuro pode até esperar que a gente faça uma coisa nova, mas a gente não pode deixar que vocês morram por causa da dívida que contraíram por conta da pandemia”, afirmou. Ele se sensibilizou com depoimentos que ouviu de empresários, no encontro em um hotel de São Paulo, relatando as dificuldades. “Vamos ter que levar muito em conta e muito a sério a negociação das dívidas de vocês”, garantiu.

O ex-presidente destacou a importância do Banco do Brasil e demais bancos públicos, como o BNDES, para o setor e os pequenos negócios no país. “Não queremos que os bancos públicos tenham prejuízo, mas eles têm que prestar função social neste país”, disse.

“O BNDES vai ter que se dedicar a emprestar para pequenos e médios porque o restante pode tomar empréstimo em dólar em qualquer lugar”, comentou. Para Lula, é o Estado que pode garantir que isso aconteça com justiça.

O ex-presidente defendeu uma reserva das compras governamentais destinadas a pequenas e médias empresas. E lembrou que, no projeto de recuperação da indústria naval em seu governo, 65% das peças passaram a ser compradas de empresas brasileiras, o que impulsionou pequenas e médias nacionais.

Ele advertiu que o Brasil enfrenta hoje situação pior do que aquela de 2003, com mais fome, desemprego, achatamento salarial maior e juros mais caros para financiar o investimento. “A indústria automotiva está vendendo metade dos carros, a Volkswagen tem metade dos trabalhadores do que tinha. Tudo caiu pela metade”, criticou, atacando a gestão de Jair Bolsonaro em seguida. “A única coisa que não caiu foi a grosseria e a falta de respeito do presidente da República, que parece viver em outro planeta e não aqui neste país”.

O ex-presidente afirmou que a união com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é um casamento que junta 16 anos de gestão no estado mais rico do país com oito anos da melhor governança do país, para fazer o Brasil voltar a crescer, a gerar emprego, a investir em educação, no grande, pequeno e médio empreendedorismo, e a gerar as oportunidades que o Brasil precisa.

“O Brasil não pode continuar sendo pequeno. Quando deixamos a Presidência, este país estava crescendo. O Brasil era respeitado, era protagonista internacional. Hoje, o país virou pária. Eu e Alckmin não queremos governos. Nós queremos cuidar. Cuidar do povo deste país (…) Não existe outra razão de voltar a governar este país a não ser a obsessão de provar que aqui tem jeito”, afirmou. •