Agora a corrida é para valer
Às vésperas do início da campanha eleitoral, com propaganda no rádio e na TV, institutos mostram Lula estável na liderança da disputa eleitoral, com o líder da extrema-direita crescendo
Neste artigo, trazemos as análises do Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), da Fundação Perseu Abramo, sobre as pesquisas mais recentes divulgadas pelos institutos. Fazemos um balanço do que os levantamentos têm mostrado sobre a opinião pública às vésperas do início da campanha eleitoral. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue na liderança da disputa, está em situação de estabilidade, mas Jair Bolsonaro está crescendo.
A pesquisa mais recente, realizada pelo instituto FSB Pesquisa em parceria com o banco BTG Pactual, entre os dias 5 e 7 de agosto, com 2 mil eleitores e margem de erro de 2 pontos percentuais, confirma Lula segue líder nos cenários de intenção de voto no primeiro turno.
O ex-presidente oscilou 3 pontos, negativamente, dentro da margem de erro, retornando ao patamar mensurado pela pesquisa na primeira quinzena de julho. Bolsonaro, em segundo, cresceu 3 pontos e manteve o patamar de seis pesquisas anteriores.
Na sequência, aparecem Ciro Gomes, com 7%, Simone Tebet (3%) e André Janones (2%) – o então pré-candidato do Avante retirou sua candidatura e anunciou apoio a Lula. Os demais candidatos e candidatas não ultrapassaram a marca de 1%.
Nos cenários de segundo turno, Lula alcança 51% dos votos totais contra 39% de Bolsonaro. A mesma oscilação de ambos os candidatos no cenário de primeiro turno se deu no segundo, 3 pontos a menos para Lula e 3 pontos a mais para Bolsonaro. Houve queda de 5 pontos na rejeição eleitoral ao atual presidente. Agora, 53% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, acima da margem de erro. E houve aumento de 3 pontos na rejeição a Lula – agora são 45%.
A pesquisa confirma tendências que outros levantamentos mostraram nas últimas semanas. Por um lado, Bolsonaro tem crescido paulatinamente nos últimos meses e reduzido a diferença para Lula no primeiro e no segundo turno, em ritmo ainda insuficiente para mudar o quadro de liderança de Lula nas pesquisas, com vantagem considerável para o atual presidente.
Na pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada, por exemplo, Lula teria os mesmos 51% contra 37% de Bolsonaro – a vantagem que agora é de 14 pontos era de 20 pontos até junho deste ano. A polarização está bastante consolidada, e mais de 80% dos eleitores de Lula (81%) e Bolsonaro (82%) estão decididos do seu voto – o que representa um total de 60% do eleitorado.
No período de campanha que se inicia, veremos uma maior frequência na divulgação de pesquisas eleitorais. Até o momento, elas expressaram uma rejeição substancial e consistente a Bolsonaro e uma vantagem significativa de Lula sobre o atual presidente.
As próximas pesquisas medirão o impacto tanto do pacote bilionário de benefícios e auxílios concedidos pelo governo para turbinar as chances de reeleição de Bolsonaro, às vésperas do pleito. É uma tentativa do presidente de evitar a resolução do pleito em único turno e viabilizar sua reeleição, quanto do início da campanha nas ruas, no rádio e na televisão. •