Inflação agora é de 12%

Com aumento de 0,67%, IPCA registra maior alta no mês desde 2018, quando índice bateu 1,26%. Cada vez mais brasileiros parcelam comida no cartão. “A crise é enorme”, alerta o senador Paulo Paim

 

Sem dar trégua na pressão causada pelas altas dos preços dos alimentos, a inflação do ministro da Economia, Paulo Guedes, continua a castigar o povo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,67% em junho, superando maio, de 0,47%. É a maior alta para junho desde 2018, quando bateu 1,26%. Com isso, no acumulado de 12 meses, o IPCA registra alta de 11,89%. Só neste ano, o índice aponta aumento de 5,49%.

O desastre inflacionário de Guedes,  por conta da sua desastrosa política econômica, responsável pelo endividamento das famílias, hoje na casa dos 77%, continua a manter o IPCA distante da meta do Banco Central para 2022: 3,5%. Isso mesmo considerando a margem de tolerância de 1,5% percentual para mais ou para menos.

Mais de 77% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). É o maior índice desde 2010. “As famílias mais pobres são as mais atingidas. Entre as causas estão: alta inflação, taxa de juros, orçamento pressionado. A crise  é enorme”, denuncia o senador Paulo Paim (PT-RS).

Como o governo não tem nenhuma política de controle de estoques e regulação de preços, os alimentos seguem puxando as altas inflacionárias. O grupo de alimentação e bebidas sozinho disparou 0,8% em junho. Segundo o IBGE, a categoria responde por 21,26% na média da inflação. E, apesar de outros grupos registrarem altas mais expressivas, os alimentos pesam pelo fato de integrarem a maior parte dos gastos das famílias brasileiras.

Ainda de acordo o IBGE, o aumento de 2,99% nos planos de saúde também pesou no resultado, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) liberou um reajuste abusivo de 15,5% nos planos individuais. Além disso, nenhum grupo ficou de fora das altas, em maior ou menor medida. •