O ex-presidente e Alckmin têm encontro com profissionais do samba, no Rio. Ele assume o compromisso de recriar o Ministério da Cultura, extinto pelo governo Bolsonaro

 

O Brasil, um dos países com a cultura mais ativa e pulsante do mundo, tem perdido sofrido com o desmonte das políticas públicas voltadas para o fomento e incentivo aos artistas e à produção cultural e artística nacional. Na quarta-feira, 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Geraldo Alckmin selaram um compromisso histórico para resgatar a cultura nacional.

Lula anunciou que, caso seja eleito em outubro, uma das primeiras ações de seu novo governo será a recriação do Ministério da Cultura, extinto por Jair Bolsonaro em 2019. “Nós vamos restabelecer, recriar, o Ministério da Cultura, que foi destruído neste país. Segunda coisa, vamos criar comitês culturais nas cidades”, anunciou, durante um encontro com profissionais do samba, na quadra da escola Unidos da Tijuca.

Para uma barracão lotado, o ex-presidente prometeu, caso volte a governar o país, a tratar o setor cultural com o respeito devido. “Em todos os estados que eu vou, tenho conversado com os mais diferentes setores da cultura brasileira para que a gente defina, de uma vez por todas, que cultura não é bico”, disse. “Cultura é arte, emprego, trabalho, e a gente precisa tratar com respeito o pessoal da cultura, que ficou passando privações por conta da política de destruição do atual presidente”, completou.

Na opinião de Lula, um evento como o carnaval que, antes da pandemia, gerava para os cofres do Rio de Janeiro cerca de R$ 8 bilhões por ano, precisa de mais apoio do poder público. “Por que que o samba não entra no orçamento da prefeitura, do estado e da União? É uma indústria capaz de produzir emprego e profissionalização”, afirmou.

Lula defendeu que o samba e todas as demais expressões da cultura brasileira precisam ser tratados como uma indústria. “Nós vamos definir com vocês como tratar o samba como uma indústria de geração de oportunidades para o povo brasileiro, e o carnaval também”, disse. “O papel do Estado é garantir que as pessoas conheçam o Brasil na sua plenitude, e um país que não desenvolve a cultura é um país fadado a ser pobre espiritualmente”.

Ao discursar antes de Lula, Geraldo Alckmin celebrou a derrubada dos vetos que Jair Bolsonaro havia imposto sobre as Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que juntas asseguram quase R$ 7 bilhões para o setor. “Nós estamos comemorando uma grande vitória, que foi a derrubada do veto do pior presidente da história do Brasil à Lei Paulo Gustavo e à Lei Aldir Blanc, grande conquista da nossa cultura. Que a cultura seja inspiração para nós nesta caminha cívica”, disse.

`