Os protestos de indígenas e sindicalistas no Equador explodiram na quinta-feira, 23, em violência na medida em que os manifestantes se aproximavam da capital, Quito. A crise se aprofundou apesar da extensão, por parte do governo, de um estado de emergência de três para seis das 23 províncias do país.

Pelo menos uma pessoa morreu na cidade, segundo fontes dos manifestantes, que não deram mais detalhes. Desde o início dos protestos, há dez dias, entidades de defesa dos direitos humanos locais dizem que 55 pessoas ficaram feridas e outras 79 foram presas.

Além da redução dos preços dos combustíveis, dos alimentos da cesta básica e do transporte público, os manifestantes passaram a exigir também a renúncia do presidente Guillermo Lasso. Os grupos de indígenas bloquearam ruas e avenidas de Quito queimando pneus e despejando terra nas vias.

Além disso, veículos com manifestantes perseguiam caminhões e ônibus nas capitais para furar seus pneus. O edifício da Procuradoria-Geral do Equador foi apedrejado e centenas de policiais e soldados do Exército cercavam o Palácio de Carandolet, a sede do governo.

“O galão (3,78 litros) de diesel, que custava US$ 1 no fim do ano passado está hoje em US$ 1,90, o que causa a alta generalizada dos preços”, aponta o cientista político da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Álvaro Sánchez. O Equador é produtor e exportador de petróleo. A inflação do país, dolarizado, em 2021 foi baixa, de 0,13%. Mas desde janeiro acumula uma alta de 3,21%. •

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