Nove soldados da PM do Rio e três agentes da Polícia Rodoviária Federal ouvidos na Delegacia de Homicídios apresentaram 12 fuzis e admitiram participação em confrontos, na localidade conhecida como Vacaria, numa região de mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, onde dez pessoas foram mortas. O tiroteio aconteceu no último dia 24, durante uma operação da PM e PRF.

Agentes da Delegacia de Homicídios tentam montar um quebra-cabeças para saber as circunstâncias em que outras 13 pessoas, mortas na mesma ação, foram baleadas e em que parte da comunidade estavam quando foram mortas. No total, houve 23 mortes na operação, que está sendo investigada pela Polícia Civil. A operação é considerada a segunda mais letal da história do Rio, atrás somente da ação no Jacarezinho, de maio de 2021, que resultou em 28 mortes.

A maior parte desses 13 baleados foi levada por parentes ou moradores para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no Rio, onde as mortes foram atestadas. A Polícia Civil já ouviu alguns parentes para colher informações. O teor dos depoimentos já colhidos é mantido em sigilo.

O Ministério Público Federal estipulou prazo de 72 horas para que a Polícia Rodoviária Federal informe os nomes e as matrículas de todos os agentes envolvidos na operação. A medida é parte de um procedimento instaurado pelo procurador Eduardo Benones que apura detalhes da atuação da corporação nesta e em outras operações na cidade. •