Renato Freitas obtém vitória

Vereador do PT consegue suspender sessão da Câmara de Curitiba que pretendia cassar o seu mandato parlamentar. Ele é acusado de “invadir” igreja ao denunciar a prática de racismo

 

O vereador petista Renato Freitas, de Curitiba, obteve na última quinta-feira, 19, importante vitória na luta em defesa de seu mandato parlamentar. A 5ª Vara de Fazenda Pública acolheu liminar impetrada pelo vereador e suspendeu a sessão da Câmara Municipal de Vereadores que decidiria pela cassação.

Renato enfrenta acusação de quebra de decoro por ter realizado protesto contra o racismo, em fevereiro, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Na liminar, ele alega parcialidade e motivação racista no processo, evidenciadas em mensagem eletrônica com injúria racial atribuída ao relator do julgamento, o também vereador Sidinei Toaldo (Patriotas).

Rastreamento mostra que o e-mail com a denúncia teve origem na conta institucional de Toaldo. O texto refere-se ao petista como “negrinho” e diz ainda que o processo irá “branquear Curitiba”.

A suspensão do julgamento dará início a uma sindicância interna da Câmara. Caso prevaleça a tese de parcialidade e motivação racista, o processo de cassação pode ser extinto. Renato está confiante. “É uma vitória da democracia”, disse ele.

A defesa do vereador tem alegado racismo e perseguição política desde o início. A própria Comissão de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Arquidiocese de Curitiba haviam defendido publicamente o vereador petista. As acusações tiveram início com a justificativa de que Renato teria desrespeitado o templo católico onde realizou protesto. O Partido dos Trabalhadores também saiu em defesa do parlamentar.

Advogado e professor, Renato está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Curitiba, aos 37 anos. Em 5 de fevereiro, ele e um grupo de manifestantes que protestavam contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe entraram na igreja, no centro de Curitiba. O vereador pediu desculpas dias depois, em sessão na Câmara: “Não quis ofender o credo de ninguém”. No protesto, não houve depredação nem agressão física. •