Urna passa em teste de hacker
Introduzida pela Justiça Eleitoral nas eleições municipais de 1996, a urna eletrônica é objeto de ataques do presidente Jair Bolsonaro que tenta a todo custo apontar falhas de segurança no equipamento. Pois o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou na sexta-feira, 13, a última etapa do teste público de segurança das urnas eletrônicas. E informou que nenhum dos planos colocado em prática pelos investigadores conseguiu hackear o sistema, alterar os votos ou quebrar o sigilo da votação.
Chamado de TPS, o evento é realizado desde 2009, e tem como objetivo apontar eventuais vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. A primeira fase aconteceu em novembro, quando os investigadores executaram 29 planos de ataques contra o sistema.
Desta vez, os grupos voltaram a Brasília para repetir os cinco planos que, no ano passado, apontaram algum tipo de “achado” relevante. Segundo o TSE, foi possível fazer melhorias no sistema para que os problemas encontrados na época fossem resolvidos.
“O balanço que eu faço é positivo. Os planos de ataques que foram bem sucedidos em novembro tiveram melhorias implementadas pelo TSE satisfatórias. Foram resolvidos os problemas encontrados na primeira fase”, afirmou Sandro Vieira, juiz auxiliar do TSE.
De acordo com Veira, dos 29 planos de ataques, nenhum conseguiu alterar voto ou mexer na totalização dos votos registrados ou totalizados pelo TSE. Um relatório final sobre o processo será entregue em 30 de maio ao presidente da corte, ministro Edson Fachin. Ainda serão realizados testes internos no sistema até a lacração das urnas eletrônicas, prevista para acontecer em setembro.
Entre os planos que voltaram a ser executados esta semana está um elaborado por peritos da Polícia Federal, que em novembro haviam conseguido romper a linha de transmissão de dados e entrar na rede do TSE. A equipe do tribunal, no entanto, fez melhorias no sistema e conseguiu barrar a tentativa desta vez.
“O TSE fez correções do ponto de vista da infraestrutura de rede e de controle de acesso do kit JE Conecte, que é um kit utilizado para a transmissão de boletins de urnas em centros de votação”, explicou Sandro Viera. “E a solução implementada pelo TSE foi validada pelos peritos da PF, que ao tentar ingressar na rede foram expulsos, não conseguiram o ataque”.
O TPS costumava ser um evento meramente protocolar nas outras eleições, mas passou a ser acompanhado mais de perto este ano, depois das reiteradas investidas do presidente contra as urnas eletrônicas. •