A aliança entre Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, adversários políticos nas últimas décadas, significa muito diante da gravidade do momento que o Brasil vive. Foram seis eleições presidenciais marcadas pela polarização entre dois programas, de 1994 até 2014. São mais de 20 anos de divergências que agora estão em segundo plano.

No lançamento da chapa, no sábado, 7, Lula expôs os motivos que nos levaram a propor tal aliança: “O grave momento que o país atravessa, um dos mais graves da nossa história, nos obriga a superar eventuais divergências para construirmos juntos uma via alternativa à incompetência e ao autoritarismo que nos governam”.

Nossa tarefa primordial é derrotar Jair Bolsonaro e combater o movimento neofascista chamado de bolsonarismo, responsável pela geração de ódio e mentiras que vêm assolando e dividindo o país. Nosso dever é impedir mais retrocessos e restaurar a democracia. O movimento “Vamos Juntos Pelo Brasil” é encampado por PT, PSB, PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV, Rede Sustentabilidade, centrais sindicais, movimentos sociais e atores políticos independentes.

O peso da formação deste movimento político que tem Lula na liderança absoluta em todas as pesquisas eleitorais, até com a possibilidade de vitória em primeiro turno, faz com que Jair Bolsonaro se desespere. A preocupação está evidente.

Diariamente, o atual presidente busca gerar desconfiança sobre o sistema de votação, a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas. Por acaso, é o mesmo sistema que o elegeu, mas o bolsonarismo tem essa tendência de distorcer a realidade, de utilizar a mentira para promover o caos e seu projeto de poder.

O resultado desse total desgoverno é a fome, a carestia, o aumento da miséria e da desigualdade. Jair Bolsonaro e seu grupo político provocaram retrocessos em tantas áreas que é até difícil apontar cada uma delas em apenas um texto.

A educação, fundamental para o presente e o futuro de qualquer país, foi completamente abandonada. Entre todos os nomes que passaram pelo MEC, o que há em comum é a completa falta de políticas públicas e gestão. A ideia de que universidade não é para todos.

Outra área fundamental para o futuro do Brasil e do planeta, que vem sofrendo ataques sem precedentes é a ambiental. O desmatamento cresceu 300% em relação ao governo do PT, e já atingiu 1 mil quilômetros quadrados no mês de abril. Nunca as florestas, os povos originários e as famílias do campo estiveram tão ameaçados e sofreram tanto.

Essa política irresponsável transformou nosso país em um pária internacional. Enquanto o mundo está pensando maneiras de promover uma transição ecológica, em criar uma economia verde e sustentável, o governo Bolsonaro é conivente com a destruição e nega a grave crise climática que ameaça o futuro da vida no planeta.

Bolsonaro e seus aliados não são apenas negacionistas da pandemia, mas também do clima. Enquanto nenhum chefe de Estado dialoga com o atual presidente, que acaba de ser desconvidado para a reunião do G7, Lula é ouvido pelo mundo todo e demonstra ter credibilidade junto a chefes de Estado e aos mais importantes veículos de imprensa internacionais.

Infelizmente, não é pequena a parcela da imprensa corporativa brasileira que tenta negar o respeito que o resto do mundo tem por Lula. A decisão recente da ONU sobre a perseguição judicial contra o ex-presidente e o espaço que tem recebido dos mais importantes veículos de imprensa internacional, como a revista Time, refletem a imensa torcida que o mundo civilizado e democrático mantém em relação à sua provável vitória eleitoral.

O lançamento oficial da chapa de Lula e Alckmin é o início do fim do obscurantismo imposto ao Brasil por Bolsonaro. Junto com o ex-governador e os partidos aliados Lula vai promover uma grande união nacional para reconstruir o Brasil.

A intolerância política será derrotada assim como a interdição do debate sobre o que realmente importa para o povo brasileiro. Homens e mulheres da cidade e do campo, negros e negras, indígenas, quilombolas, a juventude, a comunidade LGBTQIA+ e os movimentos sociais e populares se unem na gigantesca liderança de Lula para trazer de volta a verdade, a paz, a oportunidade e o fim das mentiras.

Juntas, as forças democráticas e progressistas construirão o plano de governo para recolocar o Brasil no caminho da garantia de direitos, do crescimento com reindustrialização, da transição digital, da recomposição salarial e geração de empregos, da justiça social e mais qualidade de vida, do desenvolvimento sustentável e democracia plena. Vamos fazer com que o Brasil volte a investir em educação para todos, em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação.

Como diz Lula, vamos utilizar “o coração junto com a razão” para construir bases sólidas de uma Nação que será livre da fome e líder em preservação do meio ambiente, em desenvolvimento sustentável e em geração de tecnologia de ponta para uma economia verde. A luta se intensifica agora. •

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