Na sexta-feira, 1º de abril, a paralisação de entregadores e motoristas de aplicativos no Brasil obteve resultados. O iFood anunciou aos motoentregadores reajuste de R$ 0,59 na taxa mínima por corrida de até 5km. O valor, apesar de aquém das reivindicações, não deixa de representar uma resposta à pressão do movimento. Mas, como pretendido pelos patrões, o anúncio acabou por esvaziar a greve.

Diferentemente do que costuma ocorrer em paralisações de outros setores, a greve dos entregadores de  aplicativos não teve comando unificado. Tampouco data pactuada entre organizações que a convocaram. “Foi boa, mas ficou enfraquecida por conta do anúncio da iFood”, avalia Paulo Gallo, líder dos Entregadores Antifascistas, em São Paulo, que havia priorizado a paralisação do dia 1º de abril.

A semana termina com a questão em aberto: as mobilizações teriam maior adesão, caso a organização do movimento fosse unificada ou fosse organizada por sindicatos? A adesão aos sindicatos é rejeitada por uma parcela.

 “É difícil por causa dessa desmoralização dos sindicatos, muitos entregadores compraram essa ideia de que um sindicato é, necessariamente, corrupto”, explica Paulo Gallo. “Isso foi uma imagem que a mídia veio construindo ao longo dos anos. Então, entendo que vai no caminho de uma cooperativa, com características do sindicalismo, que tanto capte a demanda como organize o trabalho”. •

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