Como o PT salvou o Brasil: mais emprego e renda

Com Lula e Dilma no governo federal, foram criados mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada. Com o Golpe de 2016 e a pandemia, entre 2015 e 2020 foram perdidos mais de 9 milhões de empregos formais. Com Bolsonaro,  o desalento atinge mais de 5,7 milhões de trabalhadores em 2020

 

 

Este é o vigésimo artigo de uma série organizada para oferecer fatos e números que desconstroem as mentiras de que a política econômica do PT teria “quebrado o Brasil”.  Sublinhamos aqui que a partir de 2003 foi esboçada uma política de desenvolvimento apoiada na ampliação dos investimentos e criação de um mercado de consumo de massas, formado a partir de políticas de distribuição de renda, de expansão e formalização do emprego e de aumento e democratização do crédito.

Sua maior virtude foi a melhora expressiva das condições de vida dos mais pobres. Houve aumento salarial, ampliação do acesso ao crédito, geração de empregos com carteira assinada, valorização real do salário-mínimo e redução do desemprego e da informalidade.

Como o PT salvou o Brasil: mais emprego e renda

Nas edições anteriores da Focus Brasil, demonstramos a falsidade da narrativa de que o PT quebrou o país, apresentando o comportamento de diversos indicadores que comprovam a melhoria dos fundamentos macroeconômicos durante os governos Lula e Dilma.

Houve melhoras nas contas externas, reservas internacionais, redução da dívida pública, recuo da taxa de juros básicos, decréscimo das despesas com juros, com pessoal e encargos, além da geração de superávits primários. Além disso, a taxa de inflação ficou controlada, houve crescimento da economia e expansão do investimento, do crédito e mercado interno de consumo assalariado.

Também enfatizamos que a melhoria desses fundamentos foi conseguida, apesar da grave crise financeira internacional ocorrida nos anos 2008-2009 e de seus impactos negativos sobre a economia – fato espertamente desconsiderado por críticos e ‘analistas’ fake.

Os governos Lula e Dilma promoveram mobilidade social ascendente via mercado de trabalho, combinando geração de emprego com diminuição da informalidade e aumento da renda laboral, criando condições para a redução das desigualdades da renda e maior participação relativa do trabalho na apropriação da riqueza nacional.

A mobilidade social ascendente também foi viabilizada pela ampliação do acesso dos brasileiros aos direitos constitucionais pactuados na redemocratização e pela criação de uma nova geração de políticas de combate à pobreza, como o Bolsa Família, por exemplo. O gráfico 1 demonstra que houve forte geração de empregos formais nos governos Lula e Dilma.

Entre 2002 e 2014, foram gerados mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada. O número total de empregados com vínculo formal de emprego passou de 28,7 milhões para 49,6 milhões. Eram 48,1 milhões em 2015. Com o Golpe de 2016 e a pandemia, entre 2015 e 2020 foram perdidos mais de 9 milhões de empregos formais.

Como o PT salvou o Brasil: mais emprego e renda

O gráfico 2 indica que a média anual de geração líquida de postos de trabalho formal entre 1995 e 1998 foi negativa — -254,7 mil empregos — e pouco expressiva entre 1999 e 2002. No primeiro governo Lula foram criados, em média, 1,2 milhão de empregos formais por ano, mais de duas vezes e meia a média do governo FH. E, no segundo mandato de Lula, a média anual alcançou 1,6 milhão, mais de três vezes e meia a média de 1998 e 2002. Durante o primeiro governo Dilma, a média anual retorna aos parâmetros de 2003 e 2006. Mesmo assim, é mais de duas vezes  e meia superior à média alcançada no segundo governo FHC.   

O gráfico 3 mostra a geração líquida anual de postos de trabalho formal. Desde 2003 houve crescente geração de empregos com carteira assinada, tendência que atinge o ápice em 2010, quando foram gerados mais de 2,5 milhões de empregos formais. Mesmo em 2013 e 2014, a geração líquida de postos de trabalho formal foi positiva, em 1,1 milhão e 391 mil, respectivamente.

O resultado negativo verificado em 2015 reflete o movimento mais geral de deterioração das condições da economia internacional, do agravamento da crise política e dos efeitos disruptivos da operação Lava Jato, que destruiu setores produtivos e empregos, em sua estratégia para alcançar o desmonte das empresas nacionais.

Esses resultados também refletem a mudança de rumos na política econômica a partir do mandato de Joaquim Levy e sua opção pela contração fiscal, bem como o agravamento da crise política, posto que a oposição passou a apostar na instabilidade das instituições, e a forçar a imposição de limites legislativos à condução da política econômica.

Como o PT salvou o Brasil: mais emprego e rendaComo o PT salvou o Brasil: mais emprego e renda

A expressiva geração de empregos formais repercutiu na queda da taxa de informalidade do mercado de trabalho, de 60% para 46,5% entre 1999 e 2014.  O desemprego caiu sistematicamente nos governos petistas. A média anual da taxa de desemprego entre 1998 e 2002 atingiu 11,2%. Nos governos Lula e Dilma essa média cai continuamente, atingindo 4,5% entre 2011 e 2014.

O número de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego, caiu entre 2012 e o início de 2015, sendo pouco expressivo nos governos petistas — 1,6 milhão de trabalhadores no início de 2015. Já nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o desalento amplia-se de forma considerável, atingindo mais de 5,7 milhões de trabalhadores em 2020 (gráfico 6).

A taxa de subutilização da mão de obra apresenta tendência de queda até 2014, quando atinge 14,9% — 15,3 milhões de brasileiros. Com a volta do agenda neoliberal a partir do Golpe de 2016 essa índice cresce exponencialmente, atingindo 32% em 2020. Isso representa 32 milhões de brasileiros.

Todos esses indicadores demonstram que o crescimento econômico dos governos petistas não é efeito só de haver então setor externo favorável, ainda que por curto período. Aquele crescimento também decorreu das políticas para gerar empregos e da distribuição de renda, medidas que ampliaram o mercado interno e o consumo das famílias, bem como do investimento, que também teve um papel fundamental, como já demonstrado.

Assim se vê que, também nesse caso, não se sustenta a afirmação de que a “crise” que teria sido gerada pelos governos do PT foi fundamentalmente fruto da “irresponsabilidade fiscal”, como o arbítrio mais delirante nunca se cansa de repetir. •