Na quarta-feira, 2, a União Europeia anunciou que estava banindo dois serviços de notícias ligadas ao Kremlin: o canal Russia Today e a agência de notícias Sputnik. Os dois canais de mídia russa não podem ser acessados dentro dentro do bloco da UE, à medida que cresce a pressão das sanções ocidentais.

Veículos independentes da Asia e aqueles ligados a governos como a China e a própria Rússia denunciam que o ocidente vive uma onda histeria russofóbica, que está se espalhando pela Europa e América do Norte com trabalhadores, músicos e até crianças russos sendo condenados ao ostracismo e intimidados.

“Infelizmente, as medidas tomadas pela União Européia para censurar a mídia russa ‘afiliada ao Estado’ estão sendo seguidas nos Estados Unidos e temo que a supressão da liberdade de expressão e dos meios de comunicação só piore à medida que a nova Guerra Fria se intensificar”, alerta Max Parry, jornalista independente americano e analista geopolítico. “A Direct TV expulsou o canal RT America de sua grade”.

Enquanto o RT e o Sputnik se preparam para serem retirados do ar e ficar offline na UE, Parry sente que isso terá o efeito oposto ao pretendido. Segundo o jornalista, isso é um sinal de fraqueza real por parte do establishment político do Ocidente, porque a mídia estatal russa tem participação mínima no mercado global.

Proibir a RT e Sputnik corresponde muito bem aos valores do Ocidente, ecoa Alex Krainer, analista político e autor. “Isso ocorreu apenas sete anos atrás, após o ataque terrorista ao ‘Charlie Hebdo’ em Paris, quando os líderes ocidentais estavam se superando para se posicionar e professar seu compromisso inabalável com a liberdade de expressão enquanto defendiam e implementavam a censura daqueles cujas opiniões desafiavam as várias agendas do establishment governante”, diz. •

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