Durante o encontro, também houve um chamamento para a unidade das forças progressistas da América Latina para enfrentar a ameaça da extrema direita e do fascismo na região. A ex-presidente Dilma Rousseff considerou que as democracias da América Latina estão “sob ataque” e deu como exemplo a derrubada do hondurenho Manuel Zelaya em 2009, seu próprio afastamento em 2016 por um impeachment fraudulento e a saída de Evo Morales da Bolívia em 2019. Ela adverte que agora o presidente peruano, Pedro Castillo, é alvo de ataques por um julgamento político.

Coordenador do Grupo de Puebla e ex-candidato à Presidência do Chile, Marco Enríquez-Ominami fez questão de fazer um alerta para uma possível vitória de José Antonio Kast nas eleições daquele país. Ele pediu à esquerda latino-americana para confrontar a extrema direita em um bloco no qual incluiu nominalmente o presidente Jair Bolsonaro.

“Chamo a atenção do mundo para o máximo de alerta sobre o que está acontecendo no Chile. Não é uma piada, porque depois de um Bolsonaro vem outro e depois outro”, advertiu.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, também ressaltou sobre o “reagrupamento da direita” que busca gerar “condições” para repetir um “golpe”, como o que existiu contra Evo Morales em 2019. “Começam a usar argumentos para deslegitimar o lucro de uma disputa eleitoral muito clara e a tentativa de desgastar o governo. É um assunto que eu gostaria de divulgar”, disse.

Ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper destacou a ameaça de um “desembarque fascista” na região, tema denunciado também por vários dos ex-presidentes presentes no encontro, como Rafael Correa e José Luiz Rodríguez Zapatero. “Este pouso fascista não nos assusta. Temos que lidar com isso”, disse.

Correa disse que a direita judicializa a política para ganhar diante do fracasso nas urnas. “O Grupo Puebla deve servir para gerar o pensamento latino-americano diante do neoliberalismo”, pontuou o equatoriano. “Hoje, eles querem nos convencer de que as ideologias acabaram. E o debate ideológico está mais atual que nunca. A ideologia progressista, deve ser a supremacia do ser humano sobre o capital, em um mundo absolutamente dominado pelo império do capital”, destacou. •

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