Os dois levantamentos mais recentes, com os cenários das eleições presidenciais divulgados pelos institutos Ipespe e Atlas Político, divergem em relação à aprovação do governo Bolsonaro. Enquanto o primeiro traz um patamar estável nas últimas três rodadas entre 23% e 25% — um quarto da população — a pesquisa Atlas confirma o levantamento mais recente do Quaest. A aprovação do governo federal teria caído para menos de 20% dos brasileiros, chegando a 19% — uma queda de 7 pontos percentuais desde julho de 2021).

Segundo o Ipespe, a reprovação ao governo Bolsonaro também se mantém estável entre 55% e 54% nos últimos três meses, cenário que se repete na Atlas com um patamar diferente. Nos últimos três levantamentos, a reprovação variou entre 59% e 61% dos brasileiros, chegando agora a 60%. Ambas as pesquisas reforçam, ainda, a dianteira de Lula (PT) nos cenários testados.

Segundo o Ipespe, Lula tem vantagem de 17 pontos percentuais para Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas, chegando a 42% das intenções de voto. O Atlas Político trouxe um crescimento do ex-presidente: dois pontos percentuais desde a pesquisa anterior.

Os levantamentos demonstram que, nas simulações de segundo turno, Lula ganha com folga de todos os outros possíveis candidatos. Segundo o Ipespe, há vantagem de 20 pontos percentuais para Bolsonaro: 52% a 32%. Outros 17 pontos ante Sérgio Moro — 51% a 34%. O petista chega a 23 pontos de dianteira sobre Ciro Gomes: 50% a 27%. E 29 pontos à frente de João Doria: 51% a 22%.

De acordo com a pesquisa Atlas, a vantagem de Lula para Bolsonaro é de 14,5 pontos percentuais. O petista tem 50,5% e Bolsonaro, 36%. Contra Moro, Lula vai a 46,4% contra 29,2% do ex-juiz federal. Lula fica à frente de Ciro 21 pontos — 42,3% a 21,3%. E, à frente do tucano João Doria, 31,8 pontos, batendo o candidato do PSDB de 47,2% a 15,4%.

 

Bolsonaro, impopular

Mais uma vez, é possível associar a baixa popularidade do governo com a alta percepção dos brasileiros sobre os problemas do país. Segundo o levantamento da Atlas, 59,1% dos brasileiros veem como maior problema algo relacionado à economia — 19,3% mencionam pobreza e desigualdade; 16,7% a inflação; 9,8% impostos e ineficiência do Estado; 6,8% o desemprego e 6,5% o crescimento econômico.

Entre os principais problemas mencionados, segundo esse levantamento, destaque também para a corrupção (21,4%) e acesso à saúde e educação (10,5%). No levantamento do Ipespe, o dado que chama a atenção é a percepção de que a economia brasileira está no caminho errado para 69% dos brasileiros – um aumento de 10 pontos percentuais desde julho passado.

Neste sentido, é possível compreender também os limites que essa situação traz para a candidatura de Jair Bolsonaro, agora filiado ao PL. Segundo o Ipespe, Bolsonaro vai de 24% a 25% dependendo do cenário testado, número semelhante à aprovação de seu governo. Percebe-se ainda uma queda no desempenho do atual presidente com a entrada do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro na corrida eleitoral.

Na pesquisa Atlas, Bolsonaro até vai melhor que seu governo — aprovado por 19%, com 31,5% de intenções de voto. Mas também sofre impacto da entrada de Moro: caiu 3 pontos percentuais em relação ao último mês, o que coincide com a inserção do nome do ex-juiz nos cenários testados pelo instituto.

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