Pesquisa aponta que a popularidade do líder da extrema-direita continua em queda: 53% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo. Se a eleição fosse agora, o líder petista chegaria ao Palácio do Planalto já no primeiro turno

 

A nova pesquisa do Datafolha, realizada entre 13 e 15 de setembro, demonstra um aumento da reprovação ao governo Bolsonaro — um recorde na série histórica do instituto. O levantamento também confirma a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos cenários de intenção de voto para 2022, no primeiro e no segundo turno. Os dados confirmam tendências de outras pesquisas, que o Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), da Fundação Perseu Abramo, tem analisado.

De acordo com o Datafolha mais recente, 22% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom; 24% como regular; e 53% como ruim ou péssimo. A reprovação ao governo diminui conforme aumenta a renda dos entrevistados: entre aqueles com renda familiar mensal menor que 2 salários mínimos, são 56% de ruim/péssimo; 51% no segmento de 2 a 5 s.m., 50% entre 5 a 10 s.m.

No segmento mais rico da amostra, com renda maior que 10 salários-mínimos — R$ 11 mil —, 46% reprovam o governo, sendo a única faixa na qual a avaliação negativa recuou nas últimas pesquisas. O único segmento no qual o número de ótimo/bom supera o ruim/péssimo é o que se declara empresário: 47% de aprovação e 34% de reprovação. Como comparação, entre os evangélicos, segmento com maior aprovação ao governo, a reprovação subiu 11 pontos percentuais desde janeiro: 41% veem o governo como ruim/péssimo e 29% o aprovam.

 

O Datafolha confirmou a vantagem de Lula nas simulações de primeiro turno. No principal cenário, o ex-presidente teria 44% dos votos, Bolsonaro 26%, Ciro Gomes 9%, João Doria 4% e Mandetta 3%. Desconsiderando os brancos, nulos e indecisos, que somam 13%, Lula poderia vencer no primeiro turno — visto que teria mais de 50% dos votos válidos. No cenário mais amplo, com nove nomes, a intenção de voto nos quatro primeiros candidatos não varia para além da margem de erro.

A pesquisa também confirma a larga vantagem de Lula na simulação de segundo turno contra o atual presidente. O ex-presidente da República tem 56% dos votos, contra 31% de Bolsonaro — 25 pontos percentuais de vantagem. Lula também venceria Doria (55% contra 22%) e Ciro (51% contra 29%). Bolsonaro perderia para ambos os candidatos, por uma margem menor — Doria venceria por 12 pontos, 46% a 34%, e Ciro por 19 pontos, 52% a 33%.

O Datafolha mediu a rejeição dos possíveis candidatos: 59% dos eleitores não votariam em Bolsonaro ‘de jeito nenhum’. A rejeição de Bolsonaro é maior entre as mulheres (64%), jovens (70%), pretos (67%), no Nordeste (70%) e entre estudantes (73%). Lula tem rejeição de 38%, número que é maior entre os mais ricos (59%), brancos (45%), renda de 2 a 5 salários mínimos (46%), escolaridade superior (46%) e evangélicos (47%). João Dória Junior tem rejeição de 37% e Ciro Gomes de 30%. Não houve variação para além da margem de erro, nos números totais, em relação à pesquisa anterior realizada em julho de 2021.

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