Sérgio Mamberti, presente!
O país perde um dos grandes nomes da dramaturgia nacional e o PT, um dos seus mais destacados militantes e agitadores culturais. Lula, Dilma, Gleisi e Mercadante lamentam morte do ator
O Brasil perdeu, na última sexta-feira, 3 de setembro, o ator e produtor teatral Sérgio Mamberti. Ele morreu aos 82 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além da direção do Partido dos Trabalhadores e da Fundação Perseu Abramo lamentaram a morte de Mamberti, um dos gigantes da dramaturgia brasileira.
“Sérgio Mamberti foi um dos maiores atores da história do Brasil, além de escritor e diretor, um homem de teatro completo, e um ser humano de coração e generosidade imensas, sempre disposto a ajudar e lutar pela democracia, pela cultura, pelas causas sociais, a fazer o bem ao próximo”, disse Lula.
“A morte de Sérgio Mamberti priva o país de um dos maiores atores de nossa história e de um grande defensor da cultura brasileira”, disse Dilma. “Ele lutou sempre pela democracia e se opôs decididamente à regressão política e cultural que atinge o Brasil desde o Golpe de 2016”.
Fundador do PT, o ator foi a voz do partido em dezenas de vídeos. “Foi um bravo militante do movimento Lula Livre. Tive o privilégio de tê-lo ao meu lado, atuando no Ministério da Cultura, e sentirei muita falta de sua força, criatividade e bom humor. Minha solidariedade à sua família”, declarou a ex-presidenta.
“A carreira de Serginho, como carinhosamente era chamado pelos amigos, foi marcada por grandes atuações ainda na década de 1960, quando fez parte do histórico grupo Decisão e foi premiado por sua atuação na peça ‘O Balcão’ de Jean Genet”, lembrou Gleisi Hoffmann, em nota.
“Teve uma vida dedicada à arte, à luta pela democracia e por justiça social”, disse o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante. “Sérgio era um militante do PT sempre solidário e disponível para as boas causas. Perda irreparável!”
Sérgio Mamberti atuou no cinema, fazendo “Toda nudez será castigada”, “Fogo e paixão”, “Agosto”, dentre outras obras. Na televisão, marcou época como o mordomo Eugênio, de “Vale Tudo” e ganhou os corações de uma geração de crianças e adolescentes como o Dr. Victor, do “Castelo Rá-tim-bum”, da TV Cultura.
O ator aliou a vida como ator e militante político. Resistiu à ditadura militar e, nos anos 1970, lutou pela Anistia e foi um dos líderes do movimento que garantiu o reconhecimento da profissão de artista no final daquela década. Foi um dos fundadores da Secretaria Nacional de Cultura do PT. Militante dedicado, era membro nato do coletivo de cultura, sempre acompanhando com dedicação a vida partidária e lutando pela importância da cultura na luta política.