Desde 1995, organizações sociais realizam, a cada Dia da Independência, o tradicional Grito dos Excluídos, questionando as condições de vida do povo e criticando as desigualdades sociais e outras mazelas que envergonham o Brasil perante o mundo. Neste ano, os atos serão realizados em todas as capitais e outras cidades brasileiras, bem como no exterior.

Com 582 mil mortos pela pandemia, 15 milhões de desempregados e 116 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar, a realização do protesto é um ato de cidadania e resistência. O movimento se une à campanha nacional  Fora Bolsonaro, contra o desemprego e a fome. “Estamos vivendo um momento de crises – social, ambiental, sanitária, humanitária, política e econômica – sobretudo causadas pela ação nefasta do governo genocida, negacionista e promotor do caos que visa destruir, de qualquer forma, a democracia e a soberania do nosso país”, aponta a organização do movimento.

“Estar nas ruas é um ato democrático e, na Semana da Pátria, é um tempo favorável para seguirmos firmes nessa defesa”, informa a direção do Grito dos Excluídos. O movimento mobiliza os trabalhadores do campo e da cidade e é hoje um dos movimentos políticos mais tradicionais da história de luta do povo brasileiro. A proposta surgiu em 1994 durante a 2ª Semana Social Brasileira, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com o tema Brasil, alternativas e protagonistas, inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos. A partir de 1996, as manifestações foram assumidas pela CNBB, que aprovou o grito em sua Assembleia Geral.

“O Grito dos Excluídos e das Excluídas é um processo de construção coletiva, é muito mais que um ato. Por isso, nossa luta não se encerra no dia 7 de Setembro”, afirma a coordenação do movimento. “Nossa luta é uma maratona, não é uma corrida de 100 metros. O Grito é uma manifestação popular carregada de simbolismo, espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas da população mais vulnerável”.