O jaguncismo de Bolsonaro
Mais um absurdo foi praticado pelo governo neofascista Bolsonaro no Dia do Agricultor, comemorado em 28 de julho. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República publicou foto de um suposto agricultor com uma espingarda no ombro em meio a uma plantação. Uma mensagem calhorda para tentar associar os agricultores a jagunços e pistoleiros e chamuscar a imagem de quem produz de sol a sol 70% dos alimentos consumidos no dia a dia pelo povo brasileiro.
A postagem do governo é um escárnio e explicita o desprezo e p desconhecimento da realidade da agricultura familiar no Brasil, setor em que se destacam a solidariedade, generosidade e dedicação para prover alimentos sem veneno, nutritivos, para as famílias brasileiras.
Como se já não bastasse a absoluta ausência de políticas públicas específicas para a agricultura familiar, o governo Bolsonaro avilta a imagem do trabalhador e da trabalhadora rural produzindo uma imagem sombria e violenta.
É inaceitável! Os cerca de 15 milhões de homens e mulheres do campo brasileiro merecem respeito. É imperioso que se reconheça o seu importante papel na produção de alimentos e no desenvolvimento do país.
A agricultura familiar é um exemplo de como tratar a terra com baixo impacto ambiental, diversidade de culturas, gerando empregos e renda. A postagem de Bolsonaro confirmou que é um governo que espalha a violência e estimula o uso de armas.
Em 2020, o relatório “Conflitos no Campo”, da Comissão Pastoral da Terra, documentou e sistematizou 1.576 ocorrências de conflitos por terra em 2020. É o maior número desde 1985, quando o relatório começou a ser publicado. Os dados sobre violência no país mostram crescente aumento do número de mortes à medida em que as armas são liberadas graças à irresponsável política armamentista do atual governo. No campo, essa violência explode ainda mais diante do estímulo oficial a atividades criminosas de grileiros e depredadores do meio ambiente.
No Dia do Agricultor, uma mensagem de paz e solidariedade foi dada pelos trabalhadores e trabalhadoras da área. Por intermédio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em vários estados foram realizadas doações de toneladas de alimentos. Mais uma prova de que é o pequeno produtor que coloca alimento em nossas mesas, dando exemplo de solidariedade.
Enquanto Bolsonaro promoveu a violência, os agricultores familiares promovem paz. Na verdade, desde o início da pandemia da Covid-19, tem havido iniciativas de produção de alimentos saudáveis e a solidariedade entre o meio rural e urbano através de campanhas solidárias.
O Brasil já viveu um momento nos governos de Lula e Dilma, em que o país foi tirado do Mapa da Fome das Nações Unidas, com combate à pobreza e à miséria. Infelizmente, voltamos a ter no Brasil gente passando fome, mesmo tendo um espaço tão maravilhoso para a produção de alimentos. Bolsonaro ignora a fome e a pobreza e ainda cortou verbas e vetou todas as propostas de amparo ou de incentivo à agricultura familiar aprovadas na Câmara. O campo não vai esquecer disso.
Importante lembrar que o governo gastou R$ 3 mil para comprar uma imagem na internet de um caçador, para dizer que é um agricultor e incitar a violência no campo, mas no mesmo dia o ex-presidente Lula postou foto ao lado de verdadeiros agricultores. Lula, sim, sem mentiras e sem gastar dinheiro do contribuinte para disseminar violência, mostrou uma imagem de respeito à verdade e à realidade.
Os trabalhadores e trabalhadoras que produzem e preservam as nossas terras, levando comida para mesa do povo, merecem o nosso agradecimento. Ao contrário do pistoleiro da propaganda de Bolsonaro, os que trabalham a terra não querem violência, mas produzir alimentos para toda a população com respeito à natureza. Um viva aos produtores rurais!