Segundo cálculos da Fipe, nos últimos 12 meses os reajustes ficaram igual ou abaixo da inflação

 

A ferramenta Salariômetro, da Fundação de Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), confirma o arrocho imposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, aos trabalhadores brasileiros. Em plena pandemia e com inflação devastadora, empregados estão sem aumento real de salário há mais de um ano. Segundo o instituto, os reajustes ficaram em patamar igual ou abaixo da inflação.

No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor foi de 8,9% em 12 meses, ante um reajuste médio de 8,3%. A deterioração do poder de compra do assalariado é efeito direto da explosão de preços, do gás de cozinha aos ovos, passando pela carne, que desapareceu do prato do brasileiro.

É mais um feito do colosso Paulo Guedes, responsável, entre outros desastres, pela extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). A política econômica do governo Bolsonaro está não apenas transferindo renda dos pobres para os ricos, cortando investimentos, mas penalizando os mais pobres, que mais precisam de ajuda neste momento de crise.

“O Brasil está vivendo a mais grave crise que atinge a população”, alerta o deputado federal Jose Guimarães (PT-CE). “A alta do preço dos alimentos, como carne de porco e frango, é insuportável. O gás de cozinha em algumas regiões chega a R$ 115 o botijão. O desespero toma conta das famílias brasileiras. E o pior, a inflação está disparada”, critica.

Em maio, a Fipe havia apontado que trabalhador havia tido perda salarial real de 28% em negociações. “De fato, os números mostram que as negociações estão reduzindo salários de forma bastante representativa”, alerta o professor Hélio Zylberstajn, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-SUP) e coordenador do Projeto Salariômetro.