O arrocho salarial imposto pela política econômica de austeridade fiscal a qualquer custo, idealizada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, está garantido em lei. Dura lex, sed lex. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada no Congresso, mantém fora do radar a política de valorização do salário mínimo, prioridade dos governos do PT e que trouxe ganhos reais na massa salarial do trabalhador na última década e meia.

Pela proposta do governo Bolsonaro, nos próximos três anos, o reajuste de salários deixará de ter ganho real, sendo ajustado, no máximo, de acordo com o INPC. Em 2021, o reajuste do mínimo para R$ 1.100 representou 5,26%, ante o índice de 5,45% do INPC, abaixo, portanto, da inflação.

“A Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo deu certo”, lamenta o senador Paulo Paim (PT-RS). “O governo cometeu um erro crasso ao extingui-la. O salário mínimo é um poderoso instrumento de distribuição de renda. Mais de 100 milhões de brasileiros se beneficiam. É dinheiro no bolso. Todos ganham”, adverte o parlamentar.

Implementada por Lula e mantida por Dilma Rousseff, a política de valorização do mínimo vigorou até 2019. Entre 2003 e 2016, o aumento real do piso chegou 78%, ampliando o poder de compra da população. Foi o período em que houve ganho real no salário da maioria da população.